MPF sugere que Bolsonaro inventa mandante da facada
“Tanto não há falta de empenho que não há diligências pendentes indicadas pela banca de advocacia do presidente”, diz Medina. Ao longo da investigação, diligências foram sugeridas pelos advogados e, então, executadas. Mas hoje não há pistas para chegar nesse mandante procurado por Bolsonaro.
Revira A insinuação do presidente de que teria faltado empenho da PF não é corroborada por Medina.
“Tivemos acesso a todas as contas de e-mail, a todas as mensagens do Facebook e das demais redes sociais, a todas as mensagens e ligações, ao histórico de ligações de todos os chips que foram usados por ele nos últimos anos, buscando estabelecer correlação com possíveis interessados no homicídio do presidente”, afirma. A devassa não mostrou qualquer traço de informação sobre outro possível envolvido no crime.
Em seu pronunciamento sobre a saída de Sergio Moro do Ministério da Justiça e de Maurício Valeixo da direção-geral da PF, Bolsonaro fez críticas a ambos relacionadas ao caso Adélio.
“Será que é interferir na Polícia Federal quase que exigir e implorar a Sergio Moro que apure quem mandou matar Jair Bolsonaro? A Polícia Federal de Sergio Moro mais se preocupou com Marielle do que com seu chefe supremo. Cobrei muito dele isso aí. Não interferi”, disse Bolsonaro.
“Eu acho que todas as pessoas de bem no Brasil querem saber, e entendo, me desculpe seu ex-ministro, entre meu caso e o da Marielle, o meu tá muito menos difícil de solucionar”, completou.
Como adiantou o Painel, existe consenso na Polícia Federal de que a investigação foi intensa, com o maior número de diligências feitas nos últimos tempos, e nada nesse sentido foi encontrado.
Comandada pelo delegado da PF Rodrigo Morais, foi apelidada internamente de “mini Lava Jato”, Procurador da facada defende PF e diz que até Bolsonaro parou de sugerir como achar mandante. Não há diligências pendentes indicadas pelo presidentepor seu detalhismo e extensão.
A única esperança de evolução no inquérito não está nas mãos da PF nem do Ministério Público. O STF ainda precisa decidir se autoriza análises no celular do ex-advogado de Adélio, Zanone Júnior.
“A única linha de investigação que não foi concluída não foi por falta de empenho foi a do suposto e eventual contratante dos serviços advocatícios prestados ao Adélio. Digo suposto porque é muito plausível que não exista um contratante.
Que os advogados tenham assumido a causa pela visibilidade que teriam e que tiveram. Isso é um instrumento poderoso de captura de clientela. Não digo que fizeram por isso, mas é tão plausível que tenham feito isso quanto que exista um contratante”, diz Medina.