Gilmar é ameaçado por general
A denúncia contra Bolsonaro no Tribunal Penal Internacional irritou os militares por citar “genocídio”, crime a que foram associados por Gilmar Mendes. Eis que um general reagiu ameaçando o magistrado.
Tudo começou quando o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, criticou em uma live a situação do Ministério da Saúde, que está sem ministro há mais de 50 dias, e disse que o Exército está “se associando a um genocídio”.
A reação não tardou. Logo em seguida, o Ministério da Defesa divulgou nota exaltando a ação das Forças no combate ao coronavírus. Dali em diante, os militares não pararam mais de mandar recados.
Poucos dias antes, porém, uma operação da Polícia Civil do Rio de Janeiro trataria de tornar Bolsonaro um verdadeiro… amorzinho, por assim dizer. Fabrício Queiroz, ex-faz-tudo dos Bolsonaros, fora preso. Nascia, ali, o Bolsonaro “paz e amor” que resolveu entrar em campo para apaziguar os ânimos com o Supremo. Defendeu Pazuello, mas pediu a ele que ligasse para Gilmar.
Ao fim, ficou tudo por isso mesmo e os militares engoliram o sapo. Gilmar e Pazuello acabaram se entendendo e não se falou mais nisso.
Agora, porém, a denúncia ao Tribunal Penal Internacional citando genocídio colocou os militares em pé-de-guerra. Dizem que a denúncia ao TPI faz renascer a crise com o ministro do STF. “Ele não se desculpou, não houve reconhecimento do erro e a declaração [dele] não será esquecida”, diz um general.
Ora, ora… O que significa que a fala de Gilmar “não será esquecida”? Soa como ameaça clara de retaliação. E à margem da lei, pois se existisse intenção de usar a lei contra Gilmar isso teria sido dito. A ameaça militar está mais viva do que nunca, no Brasil.
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