Bolsonaro será o Russomano de 2018, dizem analistas

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Caso não consigam efetivar alianças com outros partidos, os presidenciáveis Jair Bolsonaro e Marina Silva ficarão muito atrás de seus principais adversários em 2018 porque ter~´ao um tempo de televisão menor que o de Enéas Carneiro em 1989 (15 segundos).

De acordo com a Folha de S. Paulo, Bolsonaro contaria com apenas 10 segundos em um cenário com outros dez candidatos e Marina teria 12,8 segundos.

A tabela abaixo mostra os principais números expostos pela publicação:

A distribuição do tempo de televisão conta com duas regras gerais conforme legislação aprovada na minirreforma política de 2015. 90% do tempo são proporcionais ao tamanho da bancada do partido na Câmara dos Deputados e 10%  são distribuídos igualmente entre os candidatos.

A propaganda de TV no primeiro turno começará dia 31 de agosto e terminará em 4 de outubro, dividindo-se em dois blocos de 12 minutos e 30 segundos, um à tarde e outro à noite, às terças, quintas e sábados.

Por esses critérios, o PMDB teria 85,5 segundos de inserções diárias (consideradas mais efetivas que o horário de propaganda eleitoral estendido), seguido pelo PP, com 50 segundos; PSB e PR teriam 44,80 segundos; PTB, 33 segundos; PRB, 27,6 segundos.

As inserções de 30 segundos ou 1 minuto em intervalos são de extrema importância por pegar o eleitor “de surpresa”. Considerando-se o mesmo cenário observado pela Folha de S. Paulo, o ex-presidente Lula teria direito a 3,6 inserções diárias de 30 segundos, enquanto o candidato tucano (Alckmin ou Doria), 2,90 inserções, Henrique Meirelles, 2, Ciro Gomes, 1,3.

Em meio ao cenário de baixa exposição de Marina e Bolsonaro nos meios tradicionais, caso não consigam ampliar esse tempo no horário de propaganda eleitoral via alianças partidárias, suas campanhas terão de concentrar esforços nas redes sociais.

O deputado federal já tem se destacado neste tipo de ação. Resta saber qual será o impacto dos meios digitais sobre o resultado final das eleições. Por um lado, há quem veja uma crescente perda de relevância do horário de propaganda na televisão na escolha dos candidatos por parte dos eleitores, tendo em vista as sucessivas quedas na audiência.

Outros observam que, apesar dos pesares, este continua sendo um ponto fulcral para as candidaturas.

O analista político Jairo Pimentel, professor da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, continua acreditando que a capilaridade dos partidos e o tempo de televisão serão decisivos no resultado das próximas eleições. Por isso, acredita que uma repetição da disputa entre vermelhos e azuis no segundo turno como cenário provável.

“Vejo o voto de Bolsonaro hoje muito como um recall. Na campanha, ele terá pouco tempo de televisão e irá derreter. Tempo de televisão e recursos de campanha continuarão sendo variáveis importantes do processo eleitoral”, afirmou.

Bolsonaro provavelmente vai ter o desempenho de Celso Russomanno nas últimas disputas eleitorais em São Paulo.

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Com informações de Folha de SP e Infomoney