Candidato a presidente, Alckmin defenderá reforma da Previdência
O presidente do PSDB, governador Geraldo Alckmin, já enfrenta resistências para cumprir seu primeiro desafio político à frente do partido e, assim, obrigar toda a bancada da Câmara a apoiar a reforma da Previdência, com discussão marcada para esta semana e votação prevista na próxima semana.
Parte dos deputados rejeita uma eventual imposição da Executiva nacional da legenda e qualquer possibilidade de punição caso votem contra as mudanças nas regras da aposentadoria. A direção tucana ainda não decidiu sobre o tema.
O governador de São Paulo, pré-candidato à Presidência da República em 2018, surpreendeu até mesmo aliados ao defender essa proposta publicamente após a convenção na qual foi eleito, anteontem, em Brasília.
Seu gesto, associado aos elogios à agenda de reformas e à política econômica do governo Michel Temer, foi bem recebido pelo Palácio do Planalto e pode abrir uma janela de negociação com o PMDB para a próxima eleição, mas…
O fato é que apoiar a reforma da Previdência não é exatamente uma boa plataforma para quem deseja apoio popular. Não é por outra razão que a reforma não está andando, ou seja, não anda porque os parlamentares do Congresso Nacional estão com medo de aprovar uma medida tão impopular.
Em maio, pesquisa Datafolha deu conta de que a proposta de reforma da Previdência é rejeitada por sete em cada dez brasileiros (71%). Já, 23% são a favor (entre os mais ricos o índice sobe para 29%), 1% é indiferente e 5% não opinaram.
No mês passado, pesquisa sobre as eleições de 2018 realizada pela XP Investimentos com 211 investidores institucionais, representando mais de 50% dos recursos sobre gestão no Brasil, mostrou que o mercado financeiro passou a apostar na vitória de Alckmin na eleição presidencial do ano que vem.
Alckmin também vem defendendo as privatizações, outra coisa que a maioria esmagadora dos brasileiros rejeita, segundo várias pesquisas disponíveis. Pode ser que até a eleição o tucano mude o disco, mas seus adversários certamente estão arquivando tudo o que ele tem dito em termos de se comprometer com políticas públicas que o povo ODEIA.