Folha quer que Lula pare de se defender para não atrapalhar o golpe
A Folha de São Paulo, aquele jornal que emprestava carros pra ditadura transportar presos políticos para sessões de tortura, que escreveu editorial dizendo que a ditadura militar brasileira foi uma “ditabranda” porque matou “pouco”, agora quer que Lula pare de se defender porque, desse jeito, vai acabar inviabilizando o golpe.
Leia, abaixo, o editorial e, em seguida, assista ao comentário de Eduardo Guimarães sobre esse pedido tão pouco usual desse jornal miserável. E aproveite para ir pensando em uma sugestão sobre o que devemos dizer aos Frias ante uma bofetada como essa no Estado Democrático de Direito e na Constituição do Brasil.
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FOLHA DE SÃO PAULO
28 de dezembro de 2017
A ofensiva de Lula
Todo réu num processo judicial possui, naturalmente, o direito de se dizer inocente. Há muita diferença, todavia, entre a atitude de quem se defende com firmeza de uma acusação e a tentativa de afrontar abertamente as instituições de um Estado democrático.
Confiando nos seus ainda elevados índices de popularidade, o ex-presidente Lula parece apostar na segunda alternativa. Conforme se aproxima a data de seu julgamento em segunda instância, o líder petista vai multiplicando declarações no sentido de deslegitimar, desde já, a eventual sentença que venha a receber.
“A minha condenação será a negação da Justiça”, disse, em recente entrevista coletiva. “A Justiça vai ter que fazer um esforço monumental para transformar uma mentira em verdade e julgar uma pessoa que não cometeu crime.”
Tinha ido além, meses atrás, ao afirmar sobre seus julgadores que, se não o prendessem, “quem sabe um dia eu mando prendê-los pelas mentiras que eles contam”.
Há, por certo, casos de corrupção envolvendo valores muito mais vultosos que o daquele apartamento de veraneio —sendo plausível, até, a argumentação de Lula quanto ao seu desinteresse pessoal pelo imóvel, a seu ver modesto.
Não faltam provas, entretanto, quanto às reformas feitas sob medida no apartamento. Deram-se visitas ao local, não com a presença de um corretor qualquer da região, mas sim do próprio dono de uma das maiores empreiteiras do país.
Ainda que nesse caso possam debater-se interpretações diversas entre promotoria e defesa, cabendo exatamente por isso uma nova análise em instância superior, não se trata de “piada” a condenação, longa e minuciosamente fundamentada, que foi imposta a Lula em Curitiba.
Exacerbando o tom de seu discurso, o ex-presidente procura sobretudo insuflar a militância a não aceitar a eventual confirmação, pelo Tribunal Regional Federal, da sentença de culpa.
Constrói-se, ademais, a hipótese preventiva de que Lula seria necessariamente eleito em 2018: processos judiciais se transformariam, nessa versão, em conspirações contra a grande revanche petista.
O cacique petista se põe acima da lei; no desespero, aposta no descrédito da Justiça e da própria legitimidade do processo eleitoral.
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Assista, abaixo, o comentário de Eduardo Guimarães sobre esse editorial e, em seguida, leia mensagem do Blog da Cidadania aos seus leitores
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