Mãe de Henry hesitou em “look” para depor

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Foto: Reprodução

Horas antes de chegar à 16ª DP (Barra da Tijuca), no último dia 17, Monique Medeiros da Costa e Silva trocou ao menos duas vezes de roupa até decidir a combinação que usaria para prestar depoimento no inquérito que apura a morte do filho, Henry Borel Medeiros, de 4 anos. Fotos resgatadas em seu aparelho celular, apreendido há duas semanas, mostram que a professora experimentou um macacão preto, posou em frente ao espelho, e depois, depois de consultar um advogado, decidiu ir com um conjunto social branco. Antes disso, um dia após do enterro do filho, no cemitério do Murundu, em Realengo, na Zona Oeste do Rio, a professora tinha ido a um salão de beleza em um shopping na Barra da Tijuca. Ela foi atendida por três profissionais, gastando R$ 240 pelos serviços.

Monique e o vereador Dr. Jairinho (Solidariedade), de 43, foram presos nesta quinta-feira. Eles vão responder pelas acusações de homicídio duplamente qualificado e tortura. O casal, que estava em uma casa em Bangu, na Zona Oeste da cidade, foi conduzido até a delegacia da Barra, pela manhã. Por volta das 13h, eles saíram do local escoltados e entraram em duas viaturas da Polícia Civil, que os levaram para o Instituto Médico-Legal (IML), no Centro.

Pessoas que acompanhavam a cena xingaram os suspeitos e os chamaram de “assassinos”. Um homem mais exaltado chegou a furar o bloqueio da polícia e deu um tapa no vereador.

Durante a passagem do casal pela delegacia, que durou mais de 5 horas e 30 minutos, os suspeitos foram ouvidos novamente pela polícia. Os investigadores queriam saber se ambos explicariam a verdadeira dinâmica do que aconteceu na noite de 8 de março. Ao longo da investigação, o vereador e a sua namorada alegaram que se depararam com Henry morto em seu quarto na madrugada daquele dia. Os laudos da necropsia apontaram, contudo, que o corpo do menino tinha lesões incompatíveis com um acidente doméstico.

Para a Polícia Civil, a defesa dos suspeitos reafirmou, no entanto, a versão de que a morte de Henry foi acidental. O advogado do casal, André França, disse que tomará todas as medidas cabíveis para recorrer das prisões.

O Globo

 

 

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