Direita aprova trem da alegria de 1 bilhão em São Paulo

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A base de apoio de Alckmin está torrando o dinheiro dos impostos dos paulistas para se fortalecer para a eleição de 2018. O grupo político eleito e reeleito pela população de São Paulo há mais de vinte anos continua dispondo dos impostos dos incautos como bem quer.

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Da Folha de São Paulo

1 de Maio

Ataques às finanças públicas estão em toda a parte e podem ocorrer a qualquer tempo, mas os riscos tendem a crescer com a proximidade das eleições. Nem mesmo o estado de São Paulo, que preservou alguma saúde orçamentária mesmo durante a recessão, está a salvo.

A ameaça mais recente decorre das brigas políticas, que já entram no terreno da irresponsabilidade, entre o novo governador, Márcio França(PSB), e o candidato tucano a sucedê-lo, João Doria.

França busca fortalecer seu controle sobre a administração, com trocas em cargos que geram descontentamento no PSDB —que reage da pior maneira possível, facilitando a tramitação de medidas gastadoras na Assembleia Legislativa (Alesp), conforme relato do jornal O Estado de S. Paulo.

Há poucos dias aprovou-se em primeiro turno uma proposta de emenda à Constituição estadual, de autoria do deputado Campos Machado (PTB), que pode custar quase R$ 1 bilhão aos cofres paulistas.

O texto eleva o teto salarial do funcionalismo —em vez da remuneração do governador, de R$ 21 mil, o novo limite, a ser atingido em quatro anos, seria o dos vencimentos dos desembargadores do Tribunal de Justiça, de R$ 30,4 mil.

É lamentável verificar que o patrocinador da votação nociva aos interesses da população foi o presidente tucano da Alesp, Cauê Macris. A proposta contou com 65 votos (de um total de 94 deputados), inclusive de PSB e PSDB —evidência de que as bancadas não primam pelo respeito ao dinheiro público.

Como de hábito, atende-se ao poderoso lobby do funcionalismo. Espanta como os políticos, em particular os da esquerda, curvam-se aos interesses de uma minoria privilegiada como se fossem a expressão de demandas populares.

A resistência a pressões corporativistas explica boa parte do equilíbrio orçamentário na gestão de Geraldo Alckmin, agora pré-candidato do PSDB ao Planalto. Será desastroso se a erosão da base governista abrir caminho para a ampliação de despesas permanentes.