Ministro da Justiça omitiu que técnicos da PF descartam fraude
Os peritos da Polícia Federal que realizaram testes nas urnas eletrônicas em 2016, 2018 e 2020 não apontaram em seus relatórios qualquer possibilidade de fraude ou adulteração no resultado da eleição.
Os técnicos em informática da PF defendem a impressão do voto como ferramenta adicional para tornar o processo ainda mais confiável, mas sem levantar suspeitas de risco para a disputa como as alardeadas pelo presidente Jair Bolsonaro na sua live da quinta-feira (29).
O Painel teve acesso aos relatórios produzidos antes das eleições de 2016, 2018 e 2020. Os trechos em que a possibilidade de fraude é descartada e com críticas às teses de adulteração no resultado levantadas em 2018 não foram mencionados pelo ministro da Justiça, Anderson Torres, em sua fala na live.
Torres falou no final da live e disse que os relatórios iriam corroborar as “informações” citadas por Jair Bolsonaro ao longo de cerca de 2 horas em que apresentou acusações sem provas sobre supostas fraudes nas urnas eletrônicas e adulteração de resultado das eleições.
Em 2019, quando também sugeriram a impressão do voto, os peritos registraram que “não coadunam com campanhas de fake news” sobre supostas fraudes nas urnas durante as eleições que elegeram Jair Bolsonaro. No mesmo ano, eles afirmaram que uma das falhas informadas ao TSE era grave, mas que não permitiria “a adulteração de um resultado de eleição”.
Folha de SP