Preconceito contra venezuelanos mancha imagem do Brasil no exterior
Os jornais espanhóis El País e El Mundo enviaram um jornalista cada para Pacaraima, onde aconteceu a expulsão de refugiados venezuelanos.
O primeiro ouve do vigário e leva ao título que “o monstro da xenofobia” tomou a cidade nos últimos dois anos.
O Wall Street Journal enviou logo três, inclusive fotógrafo, que produziram longa reportagem relatando como “a simpatia deu lugar ao ressentimento”.
Ouve o casal roubado por “homens que se acredita serem venezuelanos”, episódio que serviu de estopim para a violência. Um deles teria ameaçado, segundo a mulher “ainda aterrorizada”, Maria: “Vamos matá-los, malditos brasileiros”.
O medo foi “politizado”, com Jair Bolsonaro prometendo ser “duro com os refugiados”, anota o WSJ.
Uma das mulheres ouvidas na cidade, Nayara, diz que o capitão reformado “vai chutar todos esses venezuelanos para fora”.
Um problema urgente, segundo o jornal, é que o governo federal transfere poucos para outros estados, “só 820 até agora”.
Raimundo, o marido do casal roubado, é um dos que responsabilizam a “negligência” governamental: “Essa situação toda é ruim para nós. Mas é ainda pior para os venezuelanos.”