Ironia poética: candidato da extrema-direita ataca mídia nascida na ditadura
Rivais de Jair Bolsonaro (PSL) monitoraram a reação de eleitores que simpatizam com ele à entrevista no Jornal Nacional, da Globo.
As pesquisas qualitativas mostraram que o clima de enfrentamento no estúdio foi aplaudido, e que as falas sobre o chamado kit gay e a defesa de uma polícia letal foram os pontos altos.
Analistas da XP investimentos enviaram relatório a investidores ainda nesta terça (28). “[Ele] Não só sobreviveu, como conseguiu defender pontos de seu programa”, assinalaram no texto.
Os publicitários que avaliaram as pesquisas qualitativas ressaltam que Bolsonaro acertou ao ironizar a imprensa escrevendo na mão esquerda uma colaabsolutamente legível com as palavras “Deus”, “família” e “Brasil” para exibir durante a entrevista ao JN.
Com o gesto, o presidenciável fez graça do noticiário que registrou que ele havia anotado temas a serem explorados no último debate na TV. Entre os dele, a zombaria fez sucesso.
A professora da Unifesp Esther Solano, que já fez pesquisa com eleitores do deputado, também monitorou alguns grupos nesta terça (28). “A maioria continua com o discurso de que a mídia é manipuladora e estaria perseguindo ele, tentando boicotar a candidatura”, relatou.
Enquanto isso, o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) depôs em defesa de Bolsonaro no processo a que o presidenciável responde por ter dito que Maria do Rosário (PT-RS) não merecia ser estuprada. Ele defendeu a tese de que uma condenação colocaria a democracia em risco por ferir a imunidade parlamentar.