Ao assumir STF, Tofolli chama general para o cargo de assessor
Maria Cristina Fernandes, em análise na Rádio CBN, fala sobre a posse de Dias Tofolli na presidência do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo a colunista, o que mais chama atenção na estreia do ministro na presidência do STF é outra estreia: a de um general em seu gabinete.
Ele chamou nada menos que o general Fernando Azevedo e Silva para o cargo de assessor especia, justamente neste momento de ingerência das Forças Armadas na vida civil do país. Trata-se de um general que acabou de deixar a chefia do Estado Maior do Exército, o braço executivo do comando do Exército.
E o que um general está fazendo como assessor do presidente da mais alta corte do país? Recentemente, o general Mourão, candidato à vice na chapa de Bolsonaro, disse em sabatina que quem comanda a lei e a ordem não é o Supremo, mas o poder que a chapa de Bolsonaro disputa.
Em sua defesa, Tofolli diz que, em outros cargos, ele também se fez cercar por militares, como o general Romeu Costa. Mas isso não justifica a atitude de hoje, pois, agora, Tofollli é o presidente do Supremo.
Talvez ele pense que possa ser um tipo de “operador da conciliação” entre os três poderes e as forças armadas, já que o país passa por um momento delicado, em que militares se vêem à vontade para dar opiniões políticas, twitar e intimidar autoridades civis e toda a sociedade.
Preocupante. Mesmo que fosse essa a sua intenção (a de conciliar), ainda sim não é uma prerrogativa do poder judiciário. As forças armadas estão submetidas ao executivo. Não cabe ao STF ingerir nessa questão, buscar estratagemas para esse fim.
É preciso estar atento. Os rumos que o Brasil tem tomado são sombrios. E niguém sabe onde podem levar. Mas, por conhecer a história, é possível ter ideia.
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