Haddad sobe mais rápido que Bolsonaro
Jair Bolsonaro (PSL) se manteve estável na liderança, e Fernando Haddad (PT) se descolou dos demais candidatos e assumiu a segunda posição da corrida presidencial, aponta pesquisa Ibope divulgada nesta terça-feira (18).
Bolsonaro oscilou positivamente dois pontos em relação à pesquisa anterior, de 11 de setembro, e tem agora 28% das intenções de voto.
O capitão reformado vem registrando tendência de alta desde que sofreu um ataque a faca em Juiz de Fora (MG), no dia 6 de setembro. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
Já Haddad, oficializado candidato do PT no último dia 11, após o TSE barrar a candidatura do ex-presidente Lula, apresentou crescimento expressivo, de 11 pontos. Passou de 8% para 19%.
Com isso, Haddad, que na pesquisa anterior estava tecnicamente empatado com outros três candidatos, assumiu de forma inconteste o segundo lugar na pesquisa.
Logo depois vem Ciro Gomes (PDT), que continua com os mesmos 11% do levantamento anterior. Ele está em empate técnico com Geraldo Alckmin (PSDB), no limite da margem de erro. O tucano oscilou negativamente dois pontos, de 9% para 7%, voltando à pontuação que marcou no final de agosto.
O resultado acende um sinal vermelho na campanha de Alckmin. Embora tenha quase metade do tempo de TV e rádio no horário eleitoral, o tucano ainda patina nas pesquisas e corre risco de ficar fora do segundo turno.
Marina Silva (Rede) também caiu numericamente, de 9% para 6%, ficando em empate técnico com Alckmin. A candidata perdeu metade de suas intenções de voto desde o final de agosto, quando tinha 12% na pesquisa.
Álvaro Dias (Podemos), João Amoêdo (Novo) e Fernando Meirelles (MDB) marcaram cada um 2%. Os três estão tecnicamente empatados, no limite da margem de erro, com Marina Silva.
Cabo Daciolo (Patriota) marcou 1%. Vera Lúcia (PSTU), Guilherme Boulos (PSOL), João Goulart Filho (PPL) e Eymael (DC) não pontuaram.
Brancos e nulos caíram de 19% para 14%. Os indecisos se mantiveram em 7%.
A lista dos candidatos mais rejeitados também é liderada por Bolsonaro. De acordo com o Ibope, 42% dos entrevistados não votariam nele em hipótese alguma, número estável em relação ao da pesquisa anterior (41%).
Haddad também é o segundo, o que demonstra o alto grau de polarização da disputa. A rejeição do petista foi de 23% para 29%. Em Marina não votariam 26% dos entrevistados (antes eram 24%); em Alckmin, 20% (contra 19%); e em Ciro, 19% (eram 17%).
A pesquisa também aponta uma melhora no desempenho de Bolsonaro no segundo turno. O capitão reformado já não perde para ninguém na segunda fase da disputa (registra três empates e uma vitória contra Marina).
Numa eventual disputa de segundo turno, Bolsonaro e Haddad teriam 40% cada um deles —o capitão reformado tinha 37% na pesquisa do início do mês, ante 36% do ex-prefeito de São Paulo.
Na disputa com Ciro, ocorre empate técnico: o militar registra 39%, contra 40% do pedetista. Em pesquisa do dia 4 de setembro, Ciro tinha 44%, e Bolsonaro, 33%.
Alckmin e Bolsonaro também registram o mesmo número no segundo turno do Ibope, 38%. No começo de setembro a vantagem era do tucano: 41% a 32%. O resultado também desgasta a tese de Alckmin de que ele seria o voto útil para derrotar o PT.
Em relação a Marina, Bolsonaro agora sai na frente, com 41% a 36%. Marina tinha no dia 4 dez pontos de vantagem (43% a 33%).
A pesquisa ouviu 2.506 eleitores em 177 municípios, nos dias 16 e 18. Está registrada no TSE no número BR-09678/2018 e foi contratada pela TV Globo e pelo jornal O Estado de S. Paulo.
Da FSP.