De manhã Bolsonaro insulta nordestinos e à tarde seu filho insulta mulheres

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Foto: EVARISTO SA / AFP

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) voltou a dar declarações depreciativas a mulheres nas redes sociais ao associar, nesta sexta-feira, o acidente na obra da Linha 6 do Metrô de São Paulo ao trabalho de funcionárias da empresa responsável pelo empreendimento, a Acciona. Não é a primeira vez que o parlamentar faz publicações consideradas machistas: ele já foi alvo, inclusive, de nota de repúdio da Secretaria da Mulher da Câmara dos Deputados após publicar montagem com um alvo no rosto da deputada federal Professora Dayane Pimentel (PSL-BA).

O vídeo publicado em seu perfil traz imagens da cratera aberta na Marginal Tietê, intercaladas com entrevistas das profissionais ligadas à construção. O termo “Bananinha”, apelido pejorativo dado ao filho 03 do presidente Jair Bolsonaro, esteve entre os assuntos do momento da rede no Brasil e o parlamentar recebeu diversas críticas.

 

“‘Procuro sempre contratar mulheres’, mas por qual motivo? Homem é pior engenheiro? Quando a meritocracia dá espaço para uma ideologia sem comprovação científica o resultado não costuma ser o melhor. Escolha sempre o melhor profissional, independente da sua cor, sexo, etnia e etc”, escreveu Eduardo na publicação.

Editado em tom irônico, o vídeo compartilhado pelo deputado mescla imagens institucionais da Acciona, empresa responsável pela construção, com registros do acidente da última terça-feira. As inserções foram colocadas entre as falas de mulheres de diferentes cargos e funções na empresa, que valorizam os benefícios do empreendimento. Ao fim do vídeo, foram inseridas também imagens do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), pré-candidato à Presidência e alvo frequente de críticas e comentários pejorativos de bolsonaristas.

Na quarta-feira, o presidente Jair Bolsonaro (PL) também já havia feito piada com o acidente, ao comparar o episódio com a transposição do Rio São Francisco, dizendo ocorrer a “transposição do Tietê”. O comentário, feito durante conversa com apoiadores no Palácio da Alvorada, foi também uma crítica a Doria, seu adversário político na disputa pelo Planalto.

— Semana que vem a gente conclui a transposição do São Francisco. Em São Paulo, eu vi a transposição do Tietê — disse, rindo, naquele dia.

Em reação ao tuíte feito por Eduardo, foram mais de duas mil menções ao termo “Bananinha” na tarde desta terça. O deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS), por exemplo, questionou a indicação do 03 para “ser embaixador do Brasil no EUA, sem ter a menor qualificação para desempenhar a função”. Já a internauta Elaine Vicente (@Elainevs14) acusou o parlamentar do PSL de machismo e misoginia, antes de esbravejar contra Eduardo: “Nós mulheres somos capazes seu otário!”, escreveu.

Em setembro do ano passado, Eduardo Bolsonaro recebeu nota de repúdio da Secretaria da Mulher da Câmara dos Deputados. A reação veio depois que o parlamentar publicou, no stories de seu perfil no Instagram, imagens da deputada Professora Dayane Pimentel, sua correligionária, acusando-a de traição ao governo de seu pai, o presidente Jair Bolsonaro. Em uma das imagens, a deputada aparece com um alvo no rosto com os dizeres “traidora nível hard”.

No documento, a Secretaria da Mulher da Câmara lamentou a atitude de Eduardo Bolsonaro e ressaltou a “postura recorrente de Eduardo Bolsonaro por meio de atos de violência política de gênero em redes sociais, incompatíveis com o mandato parlamentar e por se constituírem em verdadeiro atentado à Constituição brasileira”.

Poucos dias depois, após uma fala machista do ministro da Controladoria Geral da União (CGU) Wagner Rosário, Eduardo comparou a senadora Simone Tebet (MDB-MS), alvo dos dizeres, com a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS). Pelo Twitter, o filho 03 escreveu “Lembra ou não lembra um ‘mas o que é isso?!”, fazendo menção à briga de seu pai contra a deputada petista, a quem o mandatário precisou pagar uma indenização e fazer uma retratação depois. O caso ao qual Eduardo faz referência aconteceu em 2014, quando Bolsonaro disse que não estupraria Maria do Rosário porque ela não merecia por ser “muito feia”.

O Globo

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