Milícias ameaçam senadores contrários a PL bolsonarIsta pró-arnas
Um grupo de senadores afirmou nesta sexta-feira, por meio de um comunicado, ter sofrido ameaças por causa de seu posicionamento contra o PL 3723/2019, conhecido como PL das Armas. A proposta flexibiliza diversos dispositivos do Estatuto do Desarmamento, facilitando a distribuição de armas. Em fevereiro, um levantamento feito pelo GLOBO identificou a presença de certificados que permitem a posse de armas em integrantes de milícias e grupos de extermínio, além de armeiros de facções do tráfico.
Os senadores relatam que estão sofrendo pressão de clubes de tiro e da indústria de armas. Na úiltima quinta-feira, as senadoras Eliziane Game (Cidadania-MA) e Simone Tebet (MDB-MS) receberam e-mails com ameaças. As duas eram chamadas de “cadelas” nas mensagens.
O senador Eduardo Girão (Podemos-CE) fez uma representação nesta sexta-feira na Polícia Legislativa. Assim como elas, Girão também está recebendo ameaças em seu e-mail. Outro senador que afirmou estar sendo pressionado, segundo o comunicado, é Fabiano Contarato (PT-ES).
“É crucial que contrabalancemos essa pressão, enviando e-mails principalmente para os senadores hesitantes ou faltosos, defendendo o controle de armas e o Estatuto do Desarmamento, e repudiando a liberação de armas para os CACs (caçadores, atiradores e colecionadores) prevista pelo PL 3723”, diz o comunicado.
Existe a previsão de que a votação do projeto ocorra na Comissão de Constituição e Justiça na próxima quarta-feira.
Na sessão de quinta-feira, as senadoras Eliziane Game e Simone Tebet também alertaram o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, sobre as ameaças.
— Eu recebi no meu e-mail e nas redes sociais várias ameaças. Eu nem vou ler, Presidente, porque não vale a pena, e há palavras até impronunciáveis aqui. Portanto, eu não vou ler. Agora, citam o meu nome e o nome da Senadora Simone Tebet, falam claramente contra o Senador Contarato e contra vários outros Parlamentares que lutaram para que nós pudéssemos, na verdade, retardar a aprovação de um projeto que nós entendemos que é nocivo para a sociedade brasileira — afirmou.
O Globo