ONU denuncia Brasil por massacre de indígenas no MS
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A ONU afirmou que está acompanhando a denúncia de um massacre contra indígenas Guarani Kaiowá no Mato Grosso do Sul e apontou “gravidade” nos fatos relatados por entidades. O posicionamento se deu em resposta a um ofício submetido pela Articulação do Povos Indígenas no Brasil (APIB), no qual narra que ações policiais deixaram ao menos dois mortos e 10 feridos desde sexta-feira.
Segundo o documento, os ataques ocorreram em duas comunidades indígenas, “de forma violenta e sem ordem judicial”. O texto diz ainda que os agentes têm histórico de atuar como “verdadeira milícia privada dos fazendeiros da região”.
No território Tekohá Kurupi/São Lucas, cerca de 30 indígenas foram surpreendidos por uma ofensiva armada conduzida pela Polícia Militar e pistoleiros. De acordo com a APIB, duas mulheres e uma criança desapareceram no município de Naviraí.
Já na comunidade Guapoy, na cidade de Amambai, a ação da PM contou inclusive com helicóptero e resultou em duas mortes e pelo menos 10 feridos, conforme o documento.
O conflito teria sido motivado por disputa de terra em uma região que pertencia aos povos originários.
No ofício encaminhado à ONU, a APIB afirma que é “indispensável” que o organismo internacional exija do Estado brasileiro a observância do respeito aos direitos humanos dos povos indígenas, bem como uma rígida investigação por órgãos independentes.
A entidade ainda prepara uma petição para ONU e Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), com intuito de solicitar medidas urgentes. Os documentos por ora enviados não têm eficácia jurídica para cobrar providências.