PSOL quer dar o vice de Haddad
Foto: Ricardo Stuckert/Divulgação
Com risco de ficar sem um posto de destaque na chapa encabeçada pelo candidato do PT ao governo de São Paulo, Fernando Haddad, o presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros, se reuniu nesta segunda-feira com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Participaram da conversa também a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, o presidente do diretório petista de São Paulo, Luiz Marinho, e o pré-candidato a deputado federal pelo PSOL e líder sem-teto Guilherme Boulos. Aliados não acreditam que Lula tenha disposição para interferir nas discussões para escolha do vice de Haddad depois de ter atuado fortemente para fazer com que Márcio França (PSB) desistisse da candidatura a governador para concorrer ao Senado.
O PSOL reivindica o posto de vice de Haddad, mas o pré-candidato petista a governador prefere um nome que sinalize ao eleitor de centro. O favorito, no momento, é o ex-prefeito de Campinas Jonas Donizette (PSB).
De acordo com petistas, Haddad ainda sonha que a ex-ministra Marina Silva (Rede Sustentabilidade) aceite ficar com a vaga. Seria uma forma de contornar a disputa entre PSB e PSOL. Mas coordenadores da campanha reconhecem que essa possibilidade é remota. Marina já lançou a sua pré-candidatura a deputada dentro de uma estratégia da Rede de ampliar a bancada na Câmara e conseguir superar a cláusula de barreira.
Reservadamente, lideranças do PSB argumentam que o PSOL já foi contemplado com o acordo, tornado público por Haddad, para o PT apoiar a candidatura de Boulos a prefeito de São Paulo em 2024. O líder sem-teto chegou a lançar a sua pré-candidatura a governador, mas desistiu da disputa em uma costura que teve a participação de Lula.
No último sábado, durante um ato em Diadema, na região metropolitana de São Paulo, que tinha o objetivo apresentar a chapa formada por Haddad e França, Boulos se queixou nos bastidores de não constar na lista de lideranças que iriam discursar. O mal-estar foi contornado e o líder sem-teto acabou falando ao público.
Pela primeira vez desde a sua fundação em 2004, o PSOL não terá este ano um nome na disputa a presidente. Com o apoio da ala de Medeiros e Boulos, o grupo a favor de uma candidatura própria foi derrotado e o partido decidiu apoiar Lula.