Aliados contam com “bondades” para Bolsonaro crescer
Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) procuraram minimizar o impacto da mais recente pesquisa Datafolha, que mostra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda com ampla vantagem sobre o chefe do Executivo: 47% a 29%, respectivamente, das intenções de voto.
Na avaliação de bolsonaristas, ainda não houve tempo hábil para que o aumento do Auxílio Brasil, de R$ 400 para R$ 600, e o barateamento dos combustíveis sejam convertidos em apoio ao presidente. Apontam que em setembro haverá uma mudança de panorama, com o impacto dos benefícios turbinados.
Além disso, enfatizam o crescimento de Bolsonaro no eleitorado feminino, de seis pontos porcentuais em comparação com a pesquisa de junho: 21% para 27%.
Outros, como o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP), tentam exaltar feitos da gestão Bolsonaro na economia. “Desemprego abaixo dos dois dígitos confirma recuperação da economia. Dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostram queda de quase 2% no desemprego em relação ao trimestre anterior, chegando a 9,3%, a menor dos últimos sete anos para o período. Mais um resultado positivo do governo Bolsonaro”, escreveu nas redes sociais.
Há apoiadores, porém, que preferem desacreditar a pesquisa. “Tenho tanta certeza de que a pesquisa Datafolha é uma fraude que renuncio ao meu mandato de deputado federal se Lula ganhar no 1º turno”, postou Marco Feliciano (PL-SP) nas redes sociais
O cientista político Cristiano Noronha, da Arko Advice, disse que, para subir mais nas pesquisas, Bolsonaro é dependente do pacote de bondades e de erros que Lula possa cometer. “O que vai fazer grande diferencial é a questão do Auxílio Brasil. O Datafolha aponta que a avaliação negativa do governo caiu em comparação com maio, e avaliação positiva subiu. É uma evolução gradual”, analisou.
Rodrigo Prando, professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, destacou que o plano da campanha bolsonarista está estruturado em dois pilares: a dimensão pessoal e a estrutural. “A primeira é a esperança do núcleo do Centrão de que Bolsonaro busque uma mudança de postura e que consiga dialogar mais com os setores do eleitorado que o rejeitam, que deixe de atacar o sistema eleitoral”, afirmou. “A outra, que tem a ver com esforço da PEC das bondades, espera, nesse espaço pequeno, promover uma mudança chegando ao bolso de quem precisa, mudando o humor do eleitorado e diminuindo a rejeição.”