Direita crê mais em fake news que esquerda

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Foto: Reprodução/Redes Sociais e Edu Carvalho

Fundador do Monitor do Debate Político no Meio Digital e professor de Gestão de Políticas Públicas na Universidade de São Paulo, Pablo Ortellado fala sobre como a direita e a esquerda produzem e consomem “fake news”.

“É difícil mensurar a circulação de mentiras e compará-las de maneira metodologicamente séria.

Como cientista, portanto, a resposta é que não sei. Mas, como estudioso e observador do assunto, mesmo sem elementos empíricos para embasar essa opinião, eu diria que a circulação de desinformação é muito maior na direita do que na esquerda.

Isso se deve a duas coisas. Primeiro, ao fato de, no Brasil, a direita ter ficado muito radicalizada, apaixonada e, recentemente, inconformada com o resultado da eleição. Isso faz com que ela ‘compre’ muito fácil o que lhe é empurrado pela máquina de propaganda.

Em segundo lugar, há o fato de que a direita esteve nos últimos quatro anos no poder e, a partir do momento em que a imprensa cumpriu o seu papel de fiscalizar o poder, os apoiadores dessa direita se afastaram da imprensa profissional. Assim, perderam um contraponto possível para a desinformação.

Eu chamo a atenção para essa questão porque, agora que a esquerda passou a ser situação, é possível que tenhamos um fenômeno semelhante, mas com sinal invertido: à medida que a imprensa for fazendo o seu papel, de fiscalizar o novo governo e denunciar seus eventuais erros, pode ser que os leitores de esquerda se afastem da imprensa profissional e comecem a se encapsular na máquina de propaganda da esquerda — que também existe.”

Uol