PSDB racha entre Pacheco e Marinho
Jorge William | Infoglobo
Os deputados Aécio Neves (PSDB-MG) e Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG) criticaram nesta terça-feira os senadores tucanos por decidirem não apoiar a reeleição do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Em nota, os dois tucanos da Câmara disseram que as manifestações dos senadores “devem ser compreendidas muito mais como manifestações pessoais do que como posição partidária”.
– Não há razão lógica e muito menos política, para que o PSDB deixe de apoiar a reeleição do senador Rodrigo Pacheco que, além de ter exercido com seriedade e equilíbrio o seu primeiro mandato, é um aliado político tradicional do PSDB em Minas Gerais – disseram os deputados.
Com a ida de Mara Gabrilli (SP) para o PSD, o PSDB ficará apenas com três senadores na legislatura que começa em fevereiro. Os senadores Izalci Lucas (DF) e Alessandro Vieira (SE) declararam voto no senador eleito Rogério Marinho (PL-MG), candidato apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e principal rival de Pacheco na disputa. Já o senador Plínio Valério (AM) disse que vai apoiar Eduardo Girão (Podemos-CE), candidato que corre por fora.
Pacheco é apoiado por Lula, que tem mobilizado a base para garantir a reeleição do senador do PSD. Da mesma forma, Bolsonaro se envolveu pessoalmente na candidatura de Marinho.
Vieira, que tem adotado um discurso crítico a Bolsonaro e votou em Lula no segundo turno da eleição de 2022, tem tentado evitar uma associação entre a disputa do Senado e a última corrida presidencial.
– A eleição no Senado está sendo avaliada como um “3º turno” presidencial, mas não é. Vamos decidir a gestão da casa no próximo biênio. Entendo que + 2 anos de Alcolumbre/Pacheco é muito ruim. Basta lembrar que a CPI da COVID só rolou pq fui ao STF. Pacheco queria engavetar – afirmou em uma rede social.
Aécio é crítico do PT e polarizou com o partido a eleição presidencial de 2014. Apesar disso, ele e o presidente do Senado sempre foram do mesmo grupo político em Minas Gerais.