Janja sofre fogo midiático, fogo bolsonarista e fogo amigo

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Foto: Sérgio Lima

Algumas atitudes de Janja estão desalinhadas com o pensamento do PT e podem causar ruídos ao governo Lula, na análise da cientista política Deysi Cioccari Desde o primeiro dia, a Janja falou que buscaria o protagonismo dela e que seria uma primeira-dama diferente, mas as atitudes dela não têm sido muito coerentes com o discurso do PT. O Brasil não está vivendo o melhor momento. Não é questão de direita ou esquerda, mas de moralidade pública. Montar um quarto de R$ 200 mil quando o litoral norte [de São Paulo] recebeu um orçamento parco de R$ 2 milhões e as pessoas pagavam R$ 90 na água às vezes pode parecer um deboche e sarcasmo. Deysi Cioccari, cientista política

Em participação no UOL News desta sexta, Deysi alertou que as polêmicas envolvendo Janja, como os gastos elevados na compra de móveis para o Palácio da Alvorada, servem como munição farta para a oposição ao governo Lula. A Janja não será uma primeira-dama comum, e não queremos que seja. É muito bom ver uma mulher com protagonismo na cena política, mas ela tem que começar a baixar um pouquinho o tom para não causar ruído na comunicação do governo. Tudo isso vai somando e criando um clima de instabilidade no Congresso, dando mais poder àquelas pessoas que atacam o governo. Deysi Cioccari, cientista política

O deputado federal e líder do PT na Câmara José Guimarães mostrou-se tranquilo quanto ao apoio que o governo terá no Congresso, apesar da queda de braço entre Arthur Lira e Rodrigo Pacheco, presidentes da Câmara e do Senado, respectivamente. O que o governo tem a ver com essa crise entre os dois presidentes? O governo entrou como bombeiro para buscar uma solução negociada. É um processo lento, gradual e seguro. Até o governo precisa melhorar, quanto mais a relação com o Congresso. É uma dupla construção. Estamos construindo, sim, uma base sólida. Na hora do painel vamos mostrar se tem base ou não.José Guimarães, deputado federal (PT-CE) e líder do partido na Câmara

Ao analisar a viagem de Lula à China, Josias de Souza avaliou que as disputas comerciais entre o país asiático e os EUA podem render bons frutos ao Brasil. O colunista considerou que o petista “foi muito bem-sucedido politicamente” em seu encontro com Xi Jinping e ao provocar os EUA por defender o uso do Banco do Brics para contornar o dólar como moeda em transações comerciais. China e EUA estão vivendo um período áureo da guerra comercial. Como grande parceiro comercial de ambos, interessa ao Brasil tirar proveito dessa guerra. O Lula consolidou a reversão da balbúrdia diplomática do Bolsonaro. É como se os chineses celebrassem o fim das caneladas do bolsonarismo. O Lula envia aos americanos um sinal de que o Brasil espera muito mais do que o pouco que o Joe Biden ofereceu. O Lula tenta tirar proveito dessa guerra alheia, o que faz sentido do ponto de vista diplomático. Josias de Souza, colunista do UOL

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