
Escolha de Zanin desanima candidatos a 2a vaga no STF
Foto: WILTON JUNIOR
Após a indicação de Cristiano Zanin ao STF, alguns dos juristas homens que almejam vagas futuras têm dito a interlocutores que se sentem constrangidos em fazer campanha para a Corte, já que a próxima cadeira a desocupar é a da ministra Rosa Weber. Eles temem ser taxados de machistas por tentarem ocupar o espaço de uma mulher.
Este receio parte de advogados do chamado campo progressista, mais próximo à esquerda. A leitura deles é de que, ao se retirarem da disputa, ganha força a indicação de um nome de consenso do Congresso, caso Lula esteja disposto a reduzir a quantidade de mulheres no STF – atualmente há somente duas entre os 11 magistrados: Rosa e Carmém Lúcia.
Os advogados Pedro Serrano e Manoel Carlos de Almeida Neto, que concorreram contra Zanin, já manifestaram essa leitura a aliados. Além deles, o criminalista Pierpaolo Bottini também fez essa avaliação em conversas reservadas.
Os presidentes do TCU, Bruno Dantas, e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), são cotados para a Corte e poderiam ocupar a próxima vaga.
Conforme mostrou o Estadão, o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), cobra de Lula a indicação para a vaga de Rosa.