7 perguntas que apavoram Bolsonaro
Foto: Fábio Vieira/Metrópoles
A primeira: que Frederick Wassef, vulgo Wasséfalo, embora advogado seu e dos seus filhos, não é seu advogado quando o defende no caso das joias – o roubo de artigos de luxo oferecidos por governos estrangeiros ao brasileiro, a venda no exterior e a recompra para devolução, uma vez que o crime fora descoberto.
A segunda: que embora, ele, Bolsonaro, não tenha até agora desautorizado o que disse Wasséfalo a respeito da recompra do Rolex por 49 mil dólares, desautorizado Wasséfalo está. Por isso, a apreensão do celular do advogado não o preocupa nem um pouco. Bolsonaro está em paz com sua consciência, tranquilo.
A terceira: que também não o preocupa o que disse o novo advogado do seu ex-ajudante de ordem Mauro Cid, tenente-coronel. O advogado afirmou que seu cliente se limitou a cumprir ordens que recebeu. Por sinal, é para isso que serve um ajudante de ordem. Bolsonaro jura que nunca mandou Cid fazer o que fez.
A quarta coisa: que nunca mandou o general do Exército Mauro Lourena Cid, pai do seu ex-ajudante de ordem, meter-se na história da venda e da recompra das joias, como a Polícia Federal anda dizendo e o ministro Alexandre de Moraes parece acreditar. Ele, Bolsonaro e o general são apenas amigos.
A quinta: que tanto quanto a maioria dos brasileiros, ele, Bolsonaro, também ficou chocado ao saber que as joias roubadas, vendidas e recompradas pegaram carona no voo que o levou aos Estados Unidos em 2022. Isso lembra que na sua primeira viagem à Europa como presidente, o avião levava 39 quilos de cocaína.
A sexta: que confirma, sim, que pediu dinheiro aos seus devotos para pagar multas que lhe aplicaram em São Paulo só porque não usou máscaras durante a pandemia. É direito seu pedir. Não vê nada demais. Os devotos deram 17 milhões de reais porque quiseram dar; o dinheiro é seu e ele fará com ele o que bem quiser.
A sétima e, por ora, a última coisa que pede que acreditemos: não passa de coincidência o fato de ter depositado em juízo o valor das multas no mesmo dia em que o governo de São Paulo anunciou um projeto de lei que anistia as dívidas de quem não usou máscara. Se o projeto for aprovado, ele pedirá seu dinheiro de volta.
A qualquer momento, Bolsonaro poderá acrescentar a esses outros pedidos. A vida é dinâmica, a Polícia Federal tem agido com rapidez, e o país que deveria estar sendo pacificado continua polarizado. Não por culpa de Bolsonaro, ele diz, mas por culpa de Lula. (Essa seria a oitava coisa que pediria que acreditássemos.)