A guerra chegará a você
Dados mostram que as guerras na Ucrânia e na Palestina vão afetar diretamente o Brasil devido a um fator que já está ocorrendo
A guerra chegará a você
Eduardo Guimarães
Ninguém fica impune a guerra alguma, sobretudo quando guerras começam a se espalhar em escala industrial pelo planeta. E conosco não será diferente. O mundo se conflagra de forma extremamente preocupante. As guerras na Ucrânia e na Palestina, creia-me, não ficarão restritas aos territórios conflagrados inicialmente.
Comecemos pelo Senhor da Guerra, o império norte-americano. O governo Joe Biden mandou um de seus muitos porta-aviões e uma esquadra inteira de vazos de guerra para o litoral israelense, abasteceu bases aéreas na região com centenas de caças, rearmou Israel e encheu o país de dólares.
Isso significa que a guerra não se restringirá ao Hamas e será longa e sangrenta. E que muita gente poderosa e/ou insana está torcendo por isso.
O Irã, a Síria e boa parte do mundo árabe estão preparadíssimos para enfrentar a aliança Ocidental. O Hezbollah já começou a agir e muito mais virá. A Rússia, por exemplo, já criticou Israel.
Não se espera que, de imediato, a Rússia adira ao conflito israelo-palestino devido ao suador que o Ocidente está lhe dando, mas não pode ser subestimada. E a possibilidade de uma aliança estadunidense-europeia contra si ampliar o teatro de operações pode degringolar para uma mistura com o conflito no Oriente Médio.
Ou seja: a economia mundial vai sofrer com os desatinos com os quais não temos absolutamente nada que ver, mas que vão mexer com o nosso bolso e, o que é pior, com a frágil aliança política que governa o Brasil.
Uma crise econômica mundial oriunda de um mundo em estado de guerra pode ser um bálsamo para os fascistas brasileiros e uma tragédia para o nosso bolso, sem falar em liberdade de expressão, de manifestação e de reunião, que a extrema-direita defende para si enquanto nega para os democratas.
Em resumo: os desatinos na Europa e no Oriente Médio têm enorme potencial de nos afetarem politicamente devido a uma provável recessão mundial de dimensão ainda imprevisível.
Más notícias à parte, resta torcer para que os atores dos teatros de guerra em pauta tenham um mísero pingo de bom senso, ou veremos a chance de tirar o pé da lama com um governo democrático que está consertando as patifarias bolsonaristas sair pela porta enquanto o desastre absoluto entra pela janela.