‘Bolsonaro vai mudar a embaixada para Jerusalém’, afirma Netanyahu
O presidente eleito do Brasil, Jair Bolsonaro, afirmou ao primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que a embaixada brasileira será mesmo transferida para Jerusalém, afirmou o premier do Estado judeu.
– Bolsonaro me disse que não é uma questão de se, mas de quando – afirmou Netanyahu em encontro neste domingo com a comunidade judaica brasileira, em Copacabana, no Rio de Janeiro.
Ontem, o presidente eleito, Jair Bolsonaro, divulgou em sua conta de Twitter um vídeo no qual afirma que ainda está avaliando se vai transferir a embaixada do Brasil em Israel de Tel Aviv para Jerusalém, medida defendida por ele ainda durante a campanha presidencial e após eleito.
As afirmações foram feitas durante uma entrevista ao pastor Silas Daniel. Ela foi realizada em 11 de dezembro, mas divulgada somente este sábado pelo presidente eleito, que toma posse na terça-feira com a presença de Netanyahu.
“Conversei com o embaixador de Israel sobre isso. Conversei com o Ernesto Araújo [futuro ministro das Relações Internacionais]. Alguns países estão realmente ameaçando boicote à nossa economia caso isso [mudança da embaixada] se concretize. E nós estamos conversando sobre a melhor maneira de decidir essa questão”, afirmou Bolsonaro, na entrevista.
De acordo com o premiê israelense, Bolsonaro também fez uma promessa de fraternidade a Israel:
– Bolsonaro disse que somos irmãos. Não que somos aliados, nem que temos interesses comuns, mas que somos irmãos de coração – contou.
Esta é a primeira vez que o atual chefe de Estado de Israel vem ao Brasil. Em encontro com jornalistas no começo de domingo, o primeiro-ministro afirmou que esta é uma “incrível oportunidade” para ambos países, referindo-se a oportunidades econômica nas áreas de cibersegurança e tecnologia.
Transferência polêmica
A transferência da embaixada de Tel Aviv para Jerusalém — num gesto que simboliza o reconhecimento de Jerusalém como capital israelense — é muito polêmica. Viola resoluções da Organização das Nações Unidas (ONU), segundo as quais o destino da cidade sagrada para as três religiões monoteístas deve ser decidido em negociações entre Israel e os palestinos.
Se fizer essa mudança, Bolsonaro seguirá os passos do presidente dos EUA, Donald Trump, que tomou essa iniciativa em maio.
Em novembro, após declarações de Bolsonaro sobre a possibilidade de mudança da embaixada, surgiram comentários no cenário político internacional de que países árabes, grandes importadores de carne do Brasil, poderiam retaliar o país caso a medida fosse concretizada.
De O Globo