Renan pode ser investigado por ataque sexista
O novo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), afirmou a colegas que o corregedor geral do Senado, Roberto Rocha (PSDB-MA), está “à disposição” para tomar providências contra Renan Calheiros (MDB-AL) por causa de agressões sexistas dirigidas por ele a uma jornalista e à família da senadora Simone Tebet (MDB-MS).
Elas foram feitas no domingo (3), por meio do Twitter, um dia depois de Calheiros perder a eleição para a presidência do Senado. Com a violenta reação dos internautas, o senador apagou o post.
“Foi a maior hecatombe de todo o processo [eleitoral]”, diz o senador Roberto Rocha (PSDB-MA), corregedor da Casa. “Nunca vi nada igual. É tão grave que merece ser examinado.”
A corregedoria só pode atuar caso algum senador faça uma denúncia contra Calheiros, o que não havia ocorrido até a segunda (4).
Simone Tebet preferiu não responder aos ataques. A jornalista Dora Kramer, também atingida, postou nas redes sociais: “Agradeço as manifestações, mas não vou responder. O que ele [Calheiros] diz fala por ele”.
E Alcolumbre deve convidar senadores veteranos para formarem um conselho consultivo de notáveis durante a sua gestão. “Como ele é jovem [Alcolumbre tem 41 anos], o conselho dará a ele uma retaguarda. Vamos ter dois anos de muitas e muitas crises”, diz Roberto Rocha, que está ajudando o presidente do Senado a formatar o colegiado.
Renan Calheiros surpreendeu Mara Gabrilli (PSDB-SP) ao dar um beijo nela segundos antes de a senadora votar contra ele para presidente do Senado —o emedebista estava seguro de que a parlamentar o apoiava. “Foi uma loucura da cabeça dele. Ou alguém ‘vendeu’ meu voto pra ele, e não fui eu”, diz a senadora. “Em 2018 eu já declarei na TV que jamais votaria no Renan.” O voto dela foi um dos que levaram Calheiros a renunciar à disputa.
Da FSP