“Se eles destruíram nosso presente, cabe a nós salvar o futuro do País”, conclama ex-presidenta
Dilma Rousseff
O acesso à educação – da creche à pós-graduação – foi o compromisso estratégico dos governos do PT. Esse compromisso tem a ver com o fato da educação viabilizar três requisitos que são a perenidade na superação da miséria e da pobreza: a conquista da economia do conhecimento necessária para produzir ciência, o desenvolvimento de tecnologia e difusão de inovações e o fortalecimento da consciência e cidadania por meio do acesso e do suporte à cultura.
Ao cortar em 30% os recursos orçamentários das universidades federais o governo Bolsonaro está ferindo de morte a educação, a cultura, a ciência, a tecnologia e inovação brasileiras. Na verdade, não há educação de qualidade nos níveis infantil, básico, médio e técnico sem educação universitária e pós-universitária, sem professores bem formados. Por isso, sucatear universidades implica o desmantelamento de todo o ensino. Como também não há possibilidade de desenvolver ciência básica sem as universidades, sem seus pesquisadores e professores, sem estudantes e bolsistas.
O governo ilegítimo de Michel Temer já desmantelara o orçamento das universidades cortando a maioria dos investimentos e parte significativa do custeio. E aprovara a Emenda Constitucional 95, a PEC do Teto de Gastos, limitando por 20 anos o investimento em educação e saúde. É sobre esta base já exígua, que o governo agora impõe novo corte de 30% nas chamadas despesas não obrigatórias. Na verdade, a restrição em 30% recai sobre todos as ações que permitem o funcionamento das universidades.
O “caldo de incultura” que permeou o anúncio do corte é uma marca do governo Bolsonaro. As três universidades pelas quais o ministro começou o ataque foram acusadas de “balbúrdia”, exemplificada pela presença de “sem terra dentro do campus, gente pelada dentro do campus”. Só depois, ao perceber a fragilidade da justificativa, estendeu os cortes a todas as universidades.
A ofensiva do governo Bolsonaro continua com o bloqueio generalizado das bolsas de mestrado e doutorado, oferecidas pela Capes. Esta medida inviabiliza a realização de pesquisas no País, grande parte das quais, realizadas nas universidades federais.
Esse ataque brutal às universidades encontra a comunidade acadêmica – estudantes, professores, reitores, funcionários – no centro da resistência à ofensiva retrógrada do governo Bolsonaro. Todos os cidadãos e cidadãs brasileiros devem ser apoiadores dessa luta, que representa a defesa de nosso futuro com democracia, diversidade e prosperidade.
Todo apoio às manifestações e, em especial, àquelas em defesa das universidades.
Tudo está indicando que, em 15 de Maio, quarta-feira, Dia Nacional de Luta, a mobilização contra a Reforma da Previdência terá a comunidade universitária articulando a resistência aos retrocessos do governo Bolsonaro.