Pesquisas avisaram que Bolsonaro teria manifestações menores
Apesar de Bolsonaro já ter espalhado fake news sobre o tamanho bem menor das manifestações de domingo a seu favor, dizendo-as “iguais” às dos estudantes”, as mídias brasileira e estrangeira mostram o mesmo que TODAS as pesquisas sobre a popularidade do seu governo já mostravam: Bolsonaro e seu governo estão derretendo.
Foi um tiro no pé. Bolsonaro comprou uma encrenca que não impedirá o processo de degenerescência de seu governo. E o que é pior: irá acelerar tal processo.
As comparações iniciais da imprensa brasileira sobre os atos contra Bolsonaro (dia 15) e a favor dele (dia 26) nem foram necessárias porque a mera comparação de fotos das duas manifestações mostram que as do último domingo foram nitidamente menores.
Mas a imprensa nacional começou a registrar isso já no domingo. O portal G1 registrou atos em apoio ao governo Bolsonaro em 156 municípios, enquanto que na quarta-feira (15) os atos contra o governo ocorreram 222 cidades.
Nesta segunda-feira, foi a vez de o mundo inteiro comentar a queda no apoio a Bolsonaro evidenciada pelas manifestações menores que aquelas que ele mesmo já tinha tido antes de se eleger ou que teria se esses atos de apoio a si ocorressem no início do ano.
O jornal britânico The Guardian destacou a adesão reduzida à manifestação a favor de Bolsonaro em muitas cidades por todo o Brasil foram menores. Segundo o jornal, os bolsonaristas foram às ruas porque a aprovação do seu líder está caindo.
Já agência alemã Deutsche Welle também reportou que os protestos pró-Bolsonaro foram menores que os atos contra ele, no último dia 15. A timidez dos atos em favor do governo foram vinculados à queda da popularidade do chefe de Estado.
Tanto as imagens das manifestações quanto a imprensa internacional e a nacional deram conta de atos menores. Para entender por que, é preciso entender números. Eles mostram, por exemplo, que a maioria dos brasileiros é preta ou parda.
Segundo o portal G1, números do IBGE dizem que os afrodescendentes brasileiros (pretos e pardos) somam 55,4% da população.
Ora, se formos ver os números de pesquisa sobre a manifestação de domingo feita pelo Grupo de Pesquisa em Políticas Públicas para Acesso à Informação da Universidade de São Paulo, descobriremos que na manifestação pró Bolsonaro havia pouquíssimos negros e jovens
Do total dos manifestantes de domingo, 65% eram homens, 78% tinham 35 anos ou mais e 66% eram brancos contra 22% de pardos e 6% de pretos. Além disso, 54% tinham renda igual ou superior a cinco salários mínimos (sendo que 10% ganhava acima de 20 salários mínimos/mês)
Além disso, Bolsonaro não lucrou nada com essas manifestações menores e cadentes; segundo especialistas, as manifestações foram pequenas demais para influir na agenda do Congresso.
Além disso, os mesmos especialistas afirmam, segundo o Estadão, que a tentativa de Bolsonaro de emparedar o Congresso poderá, isso sim, aumentar a instabilidade política que vem afundando o país desde 2013.
Nada disso, porém, é novidade. Todas, absolutamente TODAS as pesquisas sobre a popularidade de Bolsonaro já vinham mostrando que o apoio a ele vinha caindo. E mais, essas mesmas pesquisas mostram que, agora, o apoio ao governo já é menor que o descontentamento
Mas a melhor observação é do jornal inglês The Guardian, que explica que Bolsonaro insuflou sua horda de tarados a ir à rua simplesmente por estar vendo que a sua situação está piorando. Além de tudo, as manifestações contra o governo agora vão ganhar força que não teriam sem as provocações fascistas do último domingo.
Confira a reportagem em vídeo