Procurado pela Folha, MPF não comenta novas provas de promiscuidade
A reportagem da Folha procurou o ex-juiz Sergio Moro, atual ministro da Justiça, e a força-tarefa da Operação Lava Jato no Paraná para comentar o conteúdo da troca de mensagens envolvendo as planilhas da Odebrecht.
A assessoria de Moro emitiu uma nota à reportagem, após ter recebido os blocos de diálogos referentes à reportagem deste domingo (23).
“O ministro da Justiça e Segurança Pública não confirma a autenticidade de mensagens obtidas de forma criminosa e que podem ter sido editadas ou adulteradas total ou parcialmente”, afirma a nota.
“Repudia ainda a divulgação de suposta mensagem com o intuito único de gerar animosidade com movimento político que sempre respeitou e que teve papel cívico importante no apoio ao combate à corrupção”, afirma a pasta, em uma referência ao MBL (Movimento Brasil Livre), citado por Moro em um dos diálogos com o procurador Deltan Dallagnol, chefe da Lava Jato no Paraná.
“A invasão criminosa de celulares de autoridades públicas é objeto de investigação pela Polícia Federal”, completa o Ministério da Justiça.
Já a equipe de procuradores não se manifestou até a publicação desta reportagem.
Na semana passada, a equipe da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba divulgou notas reiterando críticas à divulgação de mensagens pelo The Intercept Brasil.
Em um desses comunicados, disse que a divulgação de diálogos “obtidos por meio absolutamente ilícito, agravada por um contexto de sequestro de contas virtuais, torna impossível aferir se houve edições, alterações, acréscimos ou supressões no material”.
“Diálogos inteiros podem ter sido forjados pelo hacker ao se passar por autoridades e seus interlocutores. Uma informação conseguida por um hackeamento ilegal traz consigo dúvidas inafastáveis quanto à sua autenticidade.”