“Bolsonaro está indo longe demais. A F1 não pode sair de SP”, comenta dono de bordel
O governador paulista João Doria ganhou um influente apoiador na disputa para manter o GP do Brasil de Fórmula 1 em São Paulo. O empresário Oscar Maroni, dono da casa noturna Bahamas, ressaltou os efeitos do evento para a economia paulistana e se disse decepcionado com o presidente Jair Bolsonaro, para quem fez campanha nas últimas eleições. “Bolsonaro, eu te admiro, mas você está indo longe demais”, afirmou Maroni, em entrevista à VEJA nesta terça-feira, 25.
Na tarde anterior, Bolsonaro, acompanhado do governador do Rio, Wilson Witzel, disse que há “99% de chance ou mais” de o GP se mudar, em 2021, de Interlagos para um novo autódromo, que será construído em Deodoro e batizado de Ayrton Senna. Nesta terça, o governador João Doria afirmou que não há nada fechado e que lutará para renovar o contrato de Interlagos, que se encerra em 2020. O diretor executivo da Fórmula 1, Chase Carey, esteve presente em ambas as reuniões e se limitou a dizer que espera que o evento permaneça em solo brasileiro.
Segundo levantamento da SPTuris, o GP do Brasil de 2018 teve um impacto econômico de 334 milhões de reais, maior que outros grandes eventos na cidade (220 milhões do Carnaval e da Virada Cultural e 180 milhões de reais do Revéillon). Na entrevista abaixo, Oscar Maroni revelou que o faturamento do Bahamas cresce em até 60% durante o fim de semana de automobilismo e não poupou críticas ao Rio de Janeiro e a seu prefeito, Marcelo Crivella.
O senhor acredita que a Fórmula 1 pode deixar São Paulo depois de mais de 30 anos? Com certeza não, porque, como diz uma piada que se espalhou pelas redes sociais, no Rio de Janeiro não tem Bahamas, Café Photo, Bomboa e nem Scandallo, e o turista não vem aqui só para ver a Fórmula 1, mas, principalmente, para transar.
Qual o impacto do GP do Brasil em seus negócios? Tenho 45 anos de noite e o Bahamas há 39 anos. A cada dois anos, acontece simultaneamente o GP do Brasil e o Salão do Automóvel, e nestes casos o meu faturamento aumenta de 50 a 60%. Isso é um termômetro do quanto de dinheiro a F1 movimenta na cidade em hotéis, bares, restaurantes, casas noturnas, lojas, táxis, etc.
De Veja