Sem provas, Bolsonaro acusa ONGs por incêndios pelo país

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Foto: Alan Santos/PR

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira (21) que organizações não governamentais (ONGs) podem estar por trás de queimadas na região amazônica para “chamar atenção” contra o governo do Brasil.

Segundo dados do Programa Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a Amazônia concentra 52,5% dos focos de queimadas de 2019 no Brasil.

De acordo com Bolsonaro, o governo precisa fazer o possível para que esse tipo de crime não aumente, mas disse que sua gestão retirou dinheiro que era repassado para ONGs, o que poderia justificar uma reação das instituições.

“O crime existe, e isso aí nós temos que fazer o possível para que esse crime não aumente, mas nós tiramos dinheiros de ONGs. Dos repasses de fora, 40% ia para ONGs. Não tem mais. Acabamos também com o repasse de dinheiro público. De forma que esse pessoal está sentindo a falta do dinheiro”, declarou o presidente na saída do Palácio da Alvorada, ao ser questionado sobre a onda de incêndios na região.

“Então, pode estar havendo, sim, pode, não estou afirmando, ação criminosa desses ‘ongueiros’ para chamar a atenção contra a minha pessoa, contra o governo do Brasil. Essa é a guerra que nós enfrentamos”, acrescentou.Bolsonaro disse que seu “sentimento” é de que os incêndios criminosos têm o objetivo de enviar as imagens para o exterior. Perguntado se há investigação sobre o tema, ele disse que esse tipo de caso não tem registros escritos.

“O fogo foi tocado, pareceu, em lugares estratégicos, imagens da Amazônia toda. Como é que pode? Nem vocês teriam condições de todos os locais estar tocando fogo para filmar e mandar para fora. Pelo o que tudo indica, foi para lá o pessoal para filmar e tocaram fogo. Esse que é o meu sentimento”, afirmou o presidente.

Indicação do filho para embaixada

Na entrevista, Bolsonaro também disse que não recuará em relação à indicação do filho, deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), para a embaixada do Brasil nos Estados Unidos. Segundo o presidente, o parlamentar vai definir o momento certo para oficializar a indicação ao Senado.

Bolsonaro destacou que Eduardo está se preparando para a sabatina na Comissão de Relações Exteriores do Senado. Além de ser sabatinado, Eduardo terá de ser aprovado no plenário e ainda precisará renunciar ao mandato de deputado federal.

“O Eduardo vai ser apresentado no Senado. Vai ser. Não tem recuo. É o momento certo. O Eduardo está estudando, está se preparando. […] Ele que vai sentir o timing. Eu apenas vou usar a caneta Bic, disse o presidente.

Ele declarou que o envio da indicação ao Senado poderá ficar para depois de 7 de setembro, dia em que se comemora a Independência do Brasil. O Senado é responsável por aprovar, em plenário, nomes para chefia de embaixadas.

O presidente deu a declaração um dia depois de admitir a possibilidade de desistir de indicar o filho para comandar a embaixada em Washington.

Na oportunidade, Bolsonaro foi indagado se poderia rever a decisão caso sinta o risco de o nome do filho ser rejeitado pelo senadores. O presidente disse na ocasião que não desejava submeter o filho a um “fracasso”.

O governo dos Estados Unidos já deu o aval oficial à indicação de Eduardo para embaixada, contudo, Bolsonaro ainda não enviou a mensagem ao Senado.

Do G1