Criador do ‘Escola sem Partido’ recua sobre debate de gênero na escola

Contrário à proposta, o coordenador-geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, que representa diversos movimentos educacionais, Daniel Cara, diz que, se aprovado, o projeto irá “prejudicar gravemente a qualidade da educação”, disse, acrescentando: “Porque um professor não vai conseguir lecionar sob um tribunal ideológico ou moral. Ele não vai conseguir lecionar sob o medo. Vai tornar o ambiente escolar tão instável, que mesmo os professores que são conservadores vão começar a atuar contra o Escola sem Partido. Isso já está acontecendo”.

Governo conservador norueguês quer adotar abordagem próxima ao Escola sem Partido

Semana passada, o jornal de esquerda Klassekampen informou sobre a exclusão do Holocausto e da Segunda Guerra Mundial do projeto elaborado pelo Governo conservador de Erna Solberg para reformar a educação dos ensinos fundamental e médio. O “Fagnynyelsen”, projeto que pretende inovar a educação dos jovens noruegueses em 2019, concentra-se em conteúdos que sejam “relevantes para o futuro”, afirmam seus responsáveis.

A educação para a igualdade de gênero diz respeito a toda a sociedade

Na discussão sobre o projeto de lei conhecido como Escola sem Partido, chama atenção a parte do texto que proíbe, no currículo escolar e disciplinas obrigatórias, de forma complementar ou facultativa, os termos “gênero” ou “orientação sexual”. Sob a justificativa de acabar com uma suposta doutrinação de estudantes, a proposta ameaça um importante espaço de reflexão sobre igualdade e violência baseada em gênero, inclusive a sexual.