Após impeachment, Lava Jato muda discurso e quer parar investigações

Reportagem

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A evidência mais gritante de que o Brasil passa por um golpe talvez nem seja a ausência de crime de responsabilidade de Dilma, requisito primordial para processo de impeachment de um presidente ser instalado. Na última terça-feira, surgiu evidência muito mais forte.

A saborosa matéria do amigo Kiko Nogueira publicada no Diário do Centro do Mundo sob o título O estranho caso do desaparecimento de Moro e do casal que xingou José de Abreu trata de dois assuntos distintos, mas que encerram o mesmo fenômeno: o sumiço de pessoas que estavam em evidência.

Kiko comentou minha matéria sobre o sumiço do casal fascista que insultou o ator José de Abreu enquanto ele jantava com a esposa em um restaurante paulistano e que, de troco, ganhou cusparadas na cara:

“(…) Anna Claudia del Mar, uma ex-modelo, e seu par, um ‘advogado’ não identificado, não deram as caras publicamente.

Por quê?

Cinco dias depois do episódio, ninguém conhece o paradeiro deles. Abreu já esteve no Faustão, contou sua história — e nada da dupla aparecer para vender sua versão.

Sem precisar falar nada, já estão sendo defendidos por toda a direita. Se alegassem, por exemplo, que Zé de Abreu estava armado com uma escopeta, certamente sua verdade seria acolhida sem questionamentos.

Eduardo Guimarães, do Blog da Cidadania, escreveu que ‘o tal advogado que agrediu José de Abreu estava no meio de uma traição à esposa, que não pode saber que ele jantava com outra mulher’.

É plausível. O dono do estabelecimento provavelmente tem o nome do rapaz, que pagou com cartão de crédito. Abreu prometeu processá-los (…)”.

Sobre esse caso, vale acrescentar que, segundo a TV Bandeirantes, Eurico Carvalho, gerente do restaurante Kinoshita, onde tudo ocorreu, contou à emissora que José de Abreu foi provocado pela ex-modelo Anna Claudia Del Mar e o namorado dela, que não teve o nome divulgado.

Mas este post não é sobre esse caso e, sim, sobre outro sumiço que o Kiko, do DCM, citou na matéria em questão. Trata-se do sumiço do juiz-espetáculo Sérgio Moro logo após a aprovação do processo de impeachment de Dilma Rousseff na Câmara dos deputados.

Diz o DCM:

“(…) Desde que a Câmara aprovou o impeachment numa das sessões mais bonitas na história da democracia ocidental, Moro sumiu.

Junto com ele, foram-se os vazamentos de escândalos na imprensa. A última vez que se ouviu falar do juiz foi na coluna de Fausto Macedo no Estadão, num autovazamento temeriano.

No último dia 13, Moro, segundo Macedo, avisou a “interlocutores” que gostaria que a Lava Jato terminasse em dezembro (…)”

Pois é… E o pior é que não ficou por aí.

Na última terça-feira (27/4), a Lava Jato declarou, oficialmente, não só que vai terminar mesmo as investigações (após a aprovação do impeachment de Dilma na Câmara), mas que só aceitará uma coisa para continuar aceitando acordos de delação premiada.

Só que quem falou desta vez não foi Sergio Moro, mas o porta-voz do Ministério Público na Lava Jato, o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, aquele que, em março, ameaçou me prender primeiro para só depois me processar por conta de a própria Lava Jato ter vazado sua 24ª fase e, por isso, eu ter publicado aqui no Blog que isso aconteceu.

Em entrevista à edição desta semana da revista Época, Santos Lima insinua que a investigação já alcançou seu objetivo e que, agora, só fará acordo de delação premiada se o delator tiver alguma coisa contra Lula para oferecer.

Claro que isso não é dito na matéria, mas o anúncio de encerramento da operação até o fim deste ano é tão escandaloso que permite inferir que seja essa a verdade por trás da entrevista revoltante que esse senhor concedeu à revista golpista da família Marinho.

Para ler a entrevista, clique na imagem abaixo – o post prossegue em seguida.

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E por que é revoltante a Lava Jato vir agora dizer que vai parar as investigações até o fim do ano? Simples, porque há cerca de três meses os membros do MP na Operação garantiram, em reportagem da Folha de São Paulo, que a operação duraria “mais três anos”, ou seja, duraria até 2018.

Para ler a matéria, clique na imagem abaixo – e o post nem precisa continuar depois dela. Está comprovado que bastou os procuradores da Lava Jato atingirem seu objetivo golpista que já perderem o ímpeto investigativo que tinham três meses atrás.

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