“Escravidão” uma ova! Povo quer Mais Médicos e menos demagogia
Nos últimos dias, grandes grupos de mídia que fazem oposição ao governo federal retomaram o ataque político-partidário-eleitoral ao programa Mais Médicos. Esse ataque inspirou-se no corporativismo dos médicos brasileiros, que declararam guerra ao programa federal devido à má repercussão do fato de que se recusam a trabalhar nas regiões mais afastadas e pobres das cidades, dos Estados e do país.
Como sempre, o ataque inicial a mais uma iniciativa do governo Dilma Rousseff (iniciativa que foi recebida com entusiasmo pela maioria esmagadora dos brasileiros) coube à Rede Globo, via “denúncia” no Jornal Nacional. Já fora assim com a redução do valor das contas de luz e com a redução dos juros cobrados pelos bancos ao consumidor.
Os médicos e a mídia conseguiram um procurador do Ministério Público do Trabalho para dar curso ao ataque racista desfechado contra médicos cubanos que desembarcaram em Fortaleza (CE), ano passado. Na oportunidade, os profissionais cubanos, em grande parte negros, foram vaiados e agredidos por médicos brasileiros brancos, sendo chamados de “escravos”, o que revoltou o país.
Este blog chegou a entrevistar o presidente do Sindicato dos Médicos do Ceará (SimeC), o médico e ex-vereador José Maria Pontes, sobre a agressão que seus liderados fizeram quando os médicos cubanos recém-chegados saíam de uma reunião em Fortaleza. A entrevista repercutiu fortemente na internet e recomenda-se que seja lida, no link indicado neste parágrafo.
O ataque do Jornal Nacional ao Mais Médicos foi feito sob esse teor racista do sindicato dos Médicos do Ceará e se espalhou pela mídia, como de costume.
A matéria se baseia no escarcéu que um procurador do MPT amigo da mídia oposicionista e da oposição propriamente dita está fazendo devido ao modelo de contratação de médicos cubanos, que prevê que parte dos salários que receberão do governo brasileiro vá para conta em nome deles em Cuba e, outra parte, vá para o Estado cubano.
Antes de prosseguir, há que esclarecer que Cuba envia médicos para o mundo inteiro – inclusive para países ricos da Europa – devido ao fato de que é o país que mais forma médicos no mundo. E Cuba é o país que mais forma médicos porque, por lá, à diferença do que acontece no Brasil, o Estado dá a qualquer um condições de passar mais de uma década só estudando medicina, condição básica para se formar médico.
Ora, não parece justo que quem passa tanto tempo sendo bancado pelo Estado para poder só estudar, ao se formar devolva alguma coisa à mesma comunidade que, através dos seus impostos, pagou os estudos e a subsistência daquele médico enquanto estudava?
Mas não é esse o ponto central do texto. O que espanta é a demagogia e a burrice do ataque da mídia oposicionista e dos partidos de oposição ao Mais Médicos – ataque cuja motivação encontra-se em pesquisa encomendada em novembro do ano passado pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT) ao instituto MDA, que detectou que o apoio ao programa federal é de espantosos 84,3%.
Antes de prosseguir, vale informar que, no mesmo mês de novembro de 2013, foi divulgada pesquisa conjunta do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), da Fundação Getúlio Vargas e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que confirmou essa enorme aprovação da população brasileira aos princípios do programa Mais Médicos.
Retomando. A motivação do novo ataque em massa da mídia oposicionista a programa tão bem recebido pela sociedade é puramente eleitoral, pois acredita-se que esse programa pode alavancar fortemente não só a reeleição da presidente Dilma Rousseff, mas a candidatura do ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha ao governo do Estado de São Paulo.
Mas o pior não é essa motivação político-partidária-eleitoral da mídia oposicionista e da oposição propriamente dita ao atacarem programa tão necessário aos setores mais humildes da população. O que espanta é a burrice de quem ataca.
Em vez de verificar os resultados do programa Mais Médicos, a mídia fica martelando a tese esdrúxula de que os médicos cubanos seriam “escravos” – tese que também encerra viés racista devido à grande presença de profissionais negros entre esses médicos –, apesar de eles estarem recebendo não apenas o salário nominal divulgado pela mídia – que acaba de ser aumentado por acordo entre o governo brasileiro e o cubano –, mas casa e comida de graça.
Para entender por que a mídia se concentra na farsa sobre “escravidão” – que os médicos cubanos que estão no país rejeitam peremptoriamente –, vale nos debruçarmos sobre matéria do jornal Tribuna do Ceará que, essa sim, é jornalismo, pois mostra como o Mais Médicos está melhorando a vida de pessoas que, muitas vezes, nunca haviam se consultado com um médico.
Abaixo, a íntegra da matéria.
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TRIBUNA DO CEARÁ
Fortaleza, 25 de fevereiro de 2014
Casal de médicos cubanos conta rotina após seis meses no sertão do Ceará
Apesar de estarem adaptados ao Ceará, logo que chegaram ao estado os profissionais foram agredidos verbalmente e chamados de ‘escravos’ por médicos brasileiros
Se alguns profissionais estão com dificuldade de adaptação no Programa Mais Médicos (dois, inclusive, desistiram), um casal de cubanos já se sente em casa. Eles tiveram a sorte de desembarcar em Fortaleza juntos, em agosto de 2013, e ainda atender a população da mesma cidade, Reriutaba, a 309 quilômetros de Fortaleza.
Isidro Rosales Castro, de 49 anos, e Esperanza Anabel Dans Leon, de 48, deixaram Cuba com a vontade de transformar a realidade do município, através do amor pela medicina. Eles iniciaram os atendimentos em setembro do ano passado. Enquanto Isidro trabalha no posto de saúde na zona rural da cidade, Esperanza atende em unidade na área urbana.
Os cubanos trabalham de segunda a sexta-feira, oito horas por dia, e oferecem atenção a toda população, que o médico faz questão de chamar de “nossa”. Eles realizam visitas domiciliares a grupos prioritários, como idosos, acamados e incapacitados, de acordo com as demandas da população e dos agentes comunitários.
Nos momentos de descanso, o casal volta para a residência, que – segundo Isidro – tem todas as condições garantidas pela prefeitura e pela Secretaria de Saúde do Estado. “As atenções por parte das autoridades locais são ótimas. Somos cinco médicos do programa, todos cubanos, e temos condições excelentes de moradia e de trabalho”, conta.
O dia a dia dos cubanos é bastante parecido com a rotina que levavam no país de origem. Trabalham segundo o planejamento e aproveitam o fim de semana para assistir a programas de televisão e sair para passear. “Temos muitas amizades que visitamos e nos visitam, conhecemos bastante o Ceará e suas praias maravilhosas, fundamentalmente Camocim”.
Calor e comida
O calor do estado “golpeou forte” o casal, como brinca o médico. Eles tiveram de se adaptar. O calor humano da terra ajudou. “Aqui é maravilhoso, nos sentimos como se fôssemos cearenses de toda a vida”, diz Isidro.
O que falta, no entanto, é Esperanza aprender a cozinhar uma verdadeira comida típica do Ceará. Ela ainda sente dificuldade em fazer os pratos mais admirados pelo marido, como feijoada, baião-de-dois e churrasco. “Eu faço muito pouco, mas vou aprender. Gostamos de churrasco, e eu adoro frango a parmegiana”.
O idioma português também não foi aprendido com perfeição pelo casal. O que importa é que médicos e pacientes se entendam, e a parceria está dando certo. Segundo Isidro, a comunicação com a população permite uma boa relação. “Idioma não se aprende em tão pouco tempo, mas estamos nos compreendendo mutuamente e isso permite uma relação positiva entre médico, equipe de saúde e paciente”, explica.
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Eis por que a mídia oposicionista, em vez de se debruçar sobre os resultados do programa Mais Médicos, fica martelando essa questão absurda sobre “escravidão”: o programa é um sucesso. Se a população humilde e das regiões empobrecidas que está sendo beneficiada fosse chamada a opinar, mandaria Globo e companhia limitada se danarem. Diria que quer Mais Médicos e menos demagogia