Constantino divulga nova “explicação” sobre seu “menos escolas, mais prisões”
Na quinta-feira da semana passada, o colunista da Veja Rodrigo Constantino publicou um texto em sua página no portal da revista que, passados quatro dias – no momento em que escrevo –, ainda não conseguiu explicar. Por isso – e, em muito menor medida, por conta dos maus-tratos que aplica ao idioma – vem tendo que continuar se explicando. Afinal, só precisa ser reiteradamente explicado aquilo que não tem explicação.
Não é para menos que o colunista da Veja tenha que se estender nas explicações: a tese do elemento é nada mais, nada menos a de que o Brasil precisa de “menos escolas e mais prisões” (!?).
O texto original do dito “Menino Maluquinho da Veja” é tão maluquinho quanto o autor. Tão alucinado que deu até cria: gerou dois post scriptum e um segundo texto.
No primeiro texto, Constantino pisa e repisa a tese de que o Brasil precisa construir menos escolas – públicas, claro, porque, evidentemente, não quer extinguir escolas para quem pode pagar por Educação. E ele quer menos escolas porque acha que o nosso ensino é ideologizado à esquerda e, assim, seria melhor não ensinar nada a ninguém do que o ensino ser ministrado por um professor que eventualmente faça comentários de viés “esquerdista” em sala de aula. Além disso, prega que, enquanto fecha escolas, o país construa mais prisões.
De certa forma, faz sentido. Como incontáveis estudos mostram que mais Educação redunda em menos criminalidade, se formos construir menos escolas é óbvio que teremos que construir mais prisões, pois a criminalidade irá aumentar paralelamente à redução de oportunidades geradas pelo aprendizado.
É claro que esse fato não confere qualquer mérito à proposta de Constantino; a necessidade de mais prisões teria aumentado devido à menor oferta de Educação e, assim, quem propôs menos Educação será o responsável pelo aumento da criminalidade.
Não resta a menor dúvida de que, em seu primeiro post, o colunista propôs exatamente o que diz o título do texto. O fato de ele propor menos escolas porque os professores seriam seguidores das ideias de Karl Marx não muda o fato de que prefere que não existam escolas a escolas continuarem tendo professores que influenciem alunos com ideias “esquerdistas”.
Detalhe: Constantino não demonstrou se opor a que professores exponham o corpo discente das instituições de ensino a ideias de direita.
Estamos de acordo sobre o fato de que o colunista da Veja quer menos escolas e mais prisões? Então sigamos em frente.
Apesar de o conteúdo do post “Menos escolas, mais prisões” dizer exatamente a mesma coisa que o título, após a repercussão negativa o autor tentou remendar o que escreveu. Em um post-scriptum, afirmou que não propôs “menos escolas, mais prisões”. O título, na explicação posterior de Constantino, apenas teria se valido de uma “hipérbole” de modo a conferir maior dramaticidade ao seu ponto de vista.
Traduzindo isso para o português: ele usou uma frase de efeito com a finalidade de chamar atenção para um texto medíocre que repete uma ladainha furada, a de que TODOS os professores de escolas públicas seriam “marxistas”.
Como essa primeira “explicação” pós-escrita não convenceu a ninguém, o colunista da Veja lançou mão de um segundo post-scriptum no mesmo texto – agora para anunciar que, devido a “reação histérica dos bárbaros”, continuaria se explicando em um novo post. Confira, abaixo, o segundo PS do texto que originou a polêmica.
“PS2: Como a reação histérica dos bárbaros continuou com força, e outros blogs sujos bancados pelo governo divulgaram meu texto, segue uma resposta ainda mais completa aqui, onde lamento a necessidade de vencer a preguiça e combater essa praga de néscios!”
O menino fala em “blogs sujos bancados pelo governo”. Sei, sei… Será que se refere ao meu post, publicado neste Blog e no Brasil 247? Provavelmente, já que não vi nenhum outro blog, além desses dois, comentar a pérola “menos escolas, mais prisões”.
Antes de prosseguir, porém, vale um comentário sobre essa história de este blog ser “bancado pelo governo”. É papo furado. Não sou bancado por ninguém. Se o maluquinho diz isso por conta do banner da prefeitura de Guarulhos, ele está aqui de graça há muito tempo – aquela administração fez algumas veiculações desse anúncio nesta página, ano passado, e não pagou quase nenhuma, ainda. E o Banner só está aí para o espaço não ficar vazio, pois farei uma reforma visual no site e, até lá, ficaria feio deixar aquele quadradão vazio.
Seja como for, a terceira emenda de Constantino – agora “ainda mais completa”, em forma de novo post – saiu pior do que o soneto.
O fato, porém, é que a terceira tentativa do colunista de se explicar ficou exageradamente longa e nada inovou em relação à primeira além de ter deixado mais visível uma prática ridícula que, atualmente, afeta uma grande quantidade de pretensos colunistas de direita: a prática de copiar o estilo de Reinaldo Azevedo.
Provavelmente Constantino ainda usava fraldas quando Azevedo começou a compor títulos bipartidos e iniciados pela expressão “Ai, que preguiça!”. É constrangedor para o copiador e lisonjeiro para o copiado.
Mais impressionante ainda, nesse outro texto do colunista da Veja sobre a proposta de construir “menos escolas, mais presídios”, é que, agora, ele pretendeu “provar” que TODOS os professores das escolas públicas brasileiras são marxistas. Realmente, uma prova “inquestionável – logo abaixo.
Não leio esse sujeito. Descobri o primeiro texto dele devido a mensagem de um leitor perplexo com a proposta de o país construir “menos escolas e mais prisões”. Agora que já tenho um pouco mais de “intimidade” com o Menino Maluquinho da Veja, quero informá-lo de que se é para ler falácias prefiro as do Reinaldo Azevedo. Apesar de ser igualmente enrolador, pelo menos ele escreve bem. Lê-lo, serve como diversão. Plágios, nem isso.
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PS1: “Blog sujo sustentado pelo governo é aquele ao qual Alckmin paga R$ 70 mil por mês, valeu, Constantino?!
PS2: é sempre bom rever Ciro Gomes surrando esse sujeitinho – abaixo