Contra fascistas muito CUSPE e contra golpistas GREVE GERAL!

Crônica

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Antes de começar, quero receitar um remédio para o surto fascista que infecta este país.

 

FASCISTOL

 

Sim, é isso mesmo. Jean Wyllys e José de Abreu deram o tom: há que cuspir nos fascistas, já que espancá-los e/ou atirar neles é crime.

Cuspir, não. É eficiente se for em reação a calúnia, injúria e difamação, atos penalmente tipificados, porque para reclamar judicialmente da reação da vítima o agressor terá que se expor ao fato de que agrediu primeiro.

É por isso que o casal de bandidos que chamou o ator José de Abreu de “safado” e “ladrão” e a esposa dele de “vagabunda” vai ficar bem quietinho mesmo com as cusparadas que levou nos rostos.

Faço apologia ao cuspe como REAÇÃO aos fascistas porque só será usado se eles agredirem primeiro. Se vierem cuspir em você sem que tenha dado motivo, estarão cometendo crime. E só levarão cusparada se o insultarem, acusarem, difamarem publicamente.

Quem são “os fascistas”? Ora, são os que usam métodos de militância fascista. Quais sejam, insultar pessoas que têm opiniões políticas diferentes só por elas pensarem diferente.

Vejam o caso do ator José de Abreu: estava jantando com a esposa calmamente no restaurante de um amigo quando, na mesa ao lado, um casal começou a agredi-lo e à sua mulher, quem os agressores chegaram a chamar de “vagabunda”, enquanto que o ator foi chamado de “safado” e “ladrão”.

O que Abreu fez para merecer uma agressão assim, do nada?

Segundo os agressores, ele seria beneficiário da “Lei Rouanet”. Ocorre que isso nem é verdade. Abreu já se cansou de dizer que não tem nenhum projeto bancado por essa lei. Ele apenas apoia o PT, Lula e Dilma.

Aliás, mesmo se fosse beneficiário da lei Rouanet não haveria nada demais porque é uma lei, ou seja, foi aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada pela Presidência da República. Que direito alguém tem de insultar uma pessoa que faz uso de um instrumento legal para se financiar?

Aliás, vale lembrar que artistas de oposição ao governo Dilma também usam a lei Rouanet.

O casal fascista que agrediu Abreu poderia ter evitado a cusparada se tivesse respeitado o direito do ator de ter sua opinião política. Não existe lei que proíba alguém de apoiar o PT, Dilma ou Lula, mas existe lei que proíbe que insultem alguém por sua opinião política.

Eis que o cuspe surge como um remédio contra o fascismo. Você não espanca ninguém, não causa dano físico, apenas moral, assim como o agressor. Como este agrediu primeiro, para reclamar judicialmente da reação terá que assumir a ação.

Pronto, os envolvidos ficam todos infelizes. Perdem ambos, não apenas o agredido inicialmente.

Mas vamos à segunda parte desta crônica, que é a reação ao golpe.

Ele será tentado. E a chance de vingar é muito alta. O efeito manada, as traições, o oportunismo de parlamentares não mudam do Senado para a Câmara. São todos farinha do mesmo saco, salvo as honrosas exceções.

Dilma pode, sim, ser afastada do cargo por 180 dias. Ficaria reclusa no Palácio da Alvorada com metade dos seus vencimentos e um estafe mínimo.

Ok, essa é a opção dos golpistas. E, se vingar, será um golpe.

Não pelo instrumento usado – o impeachment -, que é legal e previsto na Constituição. A esperteza dos golpistas é ficarem nesse mantra de que impeachment é um instrumento previsto em lei enquanto fogem do fato de que Dilma não cometeu o crime de responsabilidade que precisa existir para o impeachment ser aplicado.

Tanto a manobra contábil que usam para justificar o impeachment não é crime que os antecessores da presidente Lula e Fernando Henrique Cardoso usaram as tais “pedaladas” e não foram alvos de processo de impeachment.

A mídia brasileira, setores do STF e do Legislativo podem até tentar fazer o povo de bobo, mas, como bem mostra a imprensa internacional, só no Brasil há um contingente suficientemente grande de gente burra para cair nessa.

Matéria recente publicada pelo diário Washington Post mostra como essa lenga-lenga sobre a “legalidade” do golpe tupiniquim não engana ninguém além dos fascistas de um país cuja democracia, como estamos descobrindo, não passa de um simulacro. Abaixo, um trecho da matéria.

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Diante de tal descalabro, portanto, a solução para o golpismo, assim como a do cuspe para o fascismo, tem que ser inteligente e dura. Se o cuspe está dentro dos limites da reação aceitável, o direito de greve está ainda mais inserido nos direitos constitucionais dos cidadãos.

Até porque, não faltarão agressões aos direitos dos trabalhadores por parte do novo governo que pode se abater sobre o país. O PMDB golpista já deixou claro em seu documento “Ponte para o futuro” que pretende mexer em direitos trabalhistas, terceirizar o trabalho, enfim, tudo que os trabalhadores repudiam.

Desse modo, com base no tal documento “Ponte para o futuro”, já há justificativa para uma belíssima greve geral, contra supressão dos direitos dos trabalhadores e contra o golpismo, contra a retirada de um governo trabalhista para violar direitos dos trabalhadores.

A vantagem da greve geral é que atingirá os que financiam os golpistas justamente na parte mais sensível de suas anatomias: no bolso.

Fascistas podem evitar cusparadas se se portarem como gente em locais públicos, eximindo-se de insultarem quem pensa diferente, e os golpistas podem evitar prejuízos se se conformarem em esperar até 2018 para chegarem ao poder. Do contrário, cuspe e greve geral estão à disposição dos democratas deste país. Usemo-los fartamente, se necessário.