G1 diz que Doria leva mais tempo que Haddad pra resolver problemas

Isso representa 19 dias a mais do que em 2016, quando a administração pública tomava cerca de 38 dias em um atendimento – um aumento de 50% no tempo.

O levantamento foi feito pela produção do SP1, em colaboração com o G1, com base nas informações disponíveis no site Dados Abertos da Prefeitura. Foram analisadas quase 480 mil solicitações abertas nos primeiros semestres de 2016 e 2017, e finalizadas até setembro dos respectivos anos. Com este recorte, são descartadas solicitações que passam de um ano a outro.

Além disso, por questões estatísticas, foram considerados os serviços com mais de cem solicitações em ambos os períodos. Das 81 categorias, Doria piorou o tempo de atendimento em 64.

Entre as categorias com mais de cem solicitações finalizadas em ambos os anos, há maior demora em avisos de interferência no trânsito – ou seja, pedidos para remoção de veículos parados, árvores caídas e o que mais estiver atrapalhando o trânsito. Em 2016, tais solicitações feitas ao SP156 levavam, em média, menos de um dia para serem finalizadas. Agora, são quase 24,5 dias.

Reparos de lâmpadas também sofrem grandes atrasos, no comparativo com o ano anterior. Em 2016, a prefeitura precisava de dois dias para executar o conserto; hoje, são necessários 25 dias.

A Prefeitura, porém, é mais ágil em algumas categorias, como denúncia de caçamba de entulho, que caiu de 65 dias para 11; denúncia de colocação de lixo domiciliar fora do horário de coleta, cujo tempo médio de atendimento caiu de 62 dias para 16; e manutenção de semáforos, que teve o tempo médio reduzido quase que pela metade, de quase 54 dias em 2016 para pouco menos de 28 dias em 2017.

Por meio de nota (leia na íntegra no final da reportagem), a Prefeitura afirma ter dedicado esforços para solucionar “cerca de 600 mil solicitações não atendidas” da gestão anterior, de Fernando Haddad.

A reportagem apurou, no entanto, que o número de demandas que passaram de uma gestão a outra é menor: ao assumir como prefeito, João Doria encontrou 393.796 solicitações não atendidas referentes a 2016 e 2015, período disponível no Portal Dados Abertos. Dessas solicitações herdadas, a atual gestão finalizou 128.872.

A Prefeitura alegou que o número de 600 mil solicitações inclui dados anteriores a 2015 – dados que não estão disponíveis ao público. A reportagem pediu planilhas que comprovassem essa alegação, mas não foi atendida.

A falta de dados anteriores a 2015 também impede analisar, de maneira concreta, se, de janeiro a setembro, “a Prefeitura de São Paulo registra aumento de 11,5% de resposta às solicitações dos cidadãos” em comparação à gestão anterior, conforme diz a nota.

A partir dos dados de 2015 a 2017, é possível observar uma queda de 6,6% na finalização de solicitações. Até setembro de 2016, a gestão de Fernando Haddad finalizou 417.376 solicitações abertas desde janeiro de 2015. O governo de João Doria, até setembro de 2017, finalizou 389.890 pedidos abertos a partir de janeiro de 2015.

O secretário das Prefeituras Regionais, Claudio Carvalho, afirma ter zerado a fila de tapa-buracos, a solicitação mais comum no SP156. A reportagem, contudo, encontrou outra realidade: até setembro havia 11.836 solicitações abertas no primeiro semestre de 2017 que aguardavam atendimento. O prazo para as prefeituras regionais resolverem este tipo de problema é de 45 dias, segundo o portal do SP156.

O tempo médio varia de acordo com o distrito. No Bom Retiro, local com maior demora no serviço de tapa-buraco, uma solicitação leva, em média, 180 dias para ser resolvida. Já em São Rafael, na região sudeste da cidade, a Prefeitura toma em torno de 27 dias para tapar um buraco.