Lula sobre Cristina Kirchner: “Caçada judicial e midiática”

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Nesta sexta-feira (8), pelo Twitter, Lula declarou apoio à ex-presidente argentina Cristina Kirchner, que teve pedido de prisão decretado pela Justiça argentina por “traição à pátria”.

Diz Lula:

“Expresso minha solidariedade à presidenta Cristina Kirchner e a seus colaboradores que tanto fizeram pelo povo argentino e pela integração sul americana. É preocupante a verdadeira caçada judicial e midiática lançada contra essa companheira a quem tanto admiro e estimo”.

Cristina também tem dado reiteradas declarações de apoio a Lula e a Dilma.

Foro privilegiado impede prisão preventiva Cristina, que ocupou a presidência argentina entre 2007 e 2015, é acusada de “traição” por supostamente ter assinado um pacto com o Irã para encobrir altos funcionários iranianos suspeitos de envolvimento no caso.

O acordo permitiria que autoridades iranianas suspeitas de ordenar o ataque fossem interrogadas por magistrados argentinos em Teerã, ao invés de em Buenos Aires.

A prisão preventiva de Cristina foi pedida por suspeita de obstrução à investigação de um atentado contra a sede da Associação Mutual Israelita Argentina (Amia), ocorrido em 1994.

Cristina foi eleita senadora em outubro, o que lhe confere o foro privilegiado. Assim, para que seja presa, é preciso que o Congresso retire a sua imunidade.

Mas, além de o Congresso estar em recesso, os peronistas –kirchneristas ou não– já disseram que não pretendem votar a favor da perda de foro da ex-presidente.

Acusação é insulto à inteligência, diz Cristina Segundo ela, a acusação de traição à pátria feita contra ela é um insulto à inteligência dos argentinos e “viola o Estado de direito”.

Em discurso nesta quinta-feira (7), Cristina atacou Macri diretamente, não só o responsabilizando pelas acusações e pelo pedido de retirada de foro privilegiado feito pela Justiça, mas acusando-o de usar o caso para ocultar os fracassos de suas políticas econômicas.

“É uma grande cortina de fumaça que pretende intimidade e assustar a população, as pessoas nas ruas que querem protestar”.

Segundo ela, o juiz segue ordens de Macri. “Macri sabe que é uma causa inventada e que não há crime. Buscam provocar dano pessoal e político aos opositores, contra suas trajetórias. Não tem nenhuma relação com a realidade”.

Durante todo o dia, Macri evitou comentar o pedido de prisão de Cristina. A investigação se baseia em uma denúncia apresentada pelo promotor Alberto Nisman em janeiro de 2015, quatro dias antes de ser encontrado morto com um disparo na cabeça em seu apartamento em Buenos Aires.

A denúncia foi rejeitada e arquivada meses depois, mas reaberta no final de 2016 após a aparição da gravação em que o ex-ministro do Exterior de Kirchner reconhece a um funcionário da Amia que o governo sabia da suposta responsabilidade do Irã no ataque.