Diretor-geral da PF diz que está “proibido” de defender Temer

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Eu não posso [comentar sobre isso], a Justiça me proibiu.” Foi assim que o diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segovia, justificou não ter respondido a uma pergunta da imprensa que o questionava se a transferência da PF do Ministério da Justiça para o novo da Segurança Pública poderia afetar os trabalhos do órgão na Operação Lava Jato.

Nesta segunda-feira (27), a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que emita ordem judicial para Segovia se abster de “qualquer ato de ingerência” sobre o inquérito que investiga o presidente Michel Temer, sob pena de afastamento do cargo.

O inquérito que apura se Temer beneficiou a empresa Rodrimar com a edição de um decreto que prorroga contratos de concessão no porto de Santos, em maio de 2017.

No início deste mês, Segovia deu uma entrevista dizendo que, até então, a Polícia Federal não havia encontrado nenhum indício de irregularidade na edição do decreto, dando a entender que o inquérito conduzido pela PF poderia ser arquivado.

Criticado, ele foi convocado por Barroso para se explicar. Disse ao ministro havia sido mal entendido e prometeu não fazer mais declarações sobre o caso.

Na semana passada, Fernando Segovia encontrou-se com o ministro Luiz Roberto Barroso, relator do inquérito no Supremo Tribunal Federal que investiga o presidente Michel Temer sobre as suspeitas de o governo ter beneficiado empresas na edição de decreto que renovou concessões no setor portuário.

A Polícia Federal acabou pedindo a prorrogação do inquérito por mais 60 dias. A decisão cabe ao ministro Barroso, que já recebeu um parecer da Procuradoria-Geral da República favorável ao pedido da PF.

Segovia participou da posse do novo ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, no Palácio do Planalto. Ao final do evento, começou uma rápida entrevista na saída. Primeiro, afirmou que via positivamente a criação do novo ministério e a transferência da Polícia Federal para a pasta. “Vai permitir ações mais coordenadas e integradas de todos os órgãos envolvidos com a segurança pública”, disse o diretor-geral.