STJ amarela e empurra caso Lula ao STF

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O julgamento, na segunda semana de março de 2018, do pedido de Habeas Corpus do ex-presidente Lula ao Supremo Tribunal de Justiça (STJ) só comprova, historicamente, que a Justiça brasileira está de quatro, acovardada diante de uma sociedade dividida entre o linchamento e a eleição como presidente do maior líder político da história do país.

No mesmo dia em que mais uma pesquisa mostra que Lula continua se fortalecendo politicamente enquanto o Judiciário faz hora extra para condená-lo, o STJ nega o pedido de Habeas Corpus sob o argumento de que só o Supremo pode mudar a jurisprudência formada em 2016 de que após condenação em segunda instância o réu pode começar a cumprir pena.

Em todos os cenários em que Lula aparece como candidato, o ex-presidente lidera as intenções de voto para a Presidência, segundo 136ª pesquisa encomendada pela CNT (Confederação Nacional do Transporte) ao Instituto MDA. E vence em todas as simulações de segundo turno.

Mas o mais impressionante é a pesquisa nos cenários sem Lula, nos quais os votos brancos e nulos sobem de cerca de 18% a mais de 30%!

Mas para impressionar mesmo, e explicar a pusilanimidade do STF, está a rejeição ao ex-presidente. Com todos esses ataques, com o linchamento midiático e judicial, LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA É O CANDIDATO COM MENOR REJEIÇÃO ENTRE TODOS

É por isso que a desculpa dos ministros é a de que quem tem que decidir se as pessoas – e não apenas Lula – devem ser presas após condenação em segunda instância é o STF, que, como todos sabemos, já formou convicção de que deve ser mudada a jurisprudência, impedindo que as pessoas sejam presas antes de terem se esgotado os recursos à Justiça.

Nesse aspecto, é importante notar que a coluna de Monica Bergamo, na Folha de São Paulo do mesmo dia do julgamento do HC de Lula pelo STJ, já revela que ministros favoráveis ao fim da reclusão após condenação em segunda instância planejam OBRIGAR Carmén Lúcia a pôr em votação o assunto, já que ela tem recorrido a chicanas para impedir o STF de decidir contrariamente à sua vontade.

Ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) acreditam que colegas que têm em mãos casos que discutem a prisão em segunda instância vão acabar levando o tema à mesa do plenário —o que obrigaria a presidente da instituição, Cármen Lúcia, a colocar o assunto em votação.

O saldo desse dia triste que foi 6 de março de 2018 é que a Justiça brasileira se curva às pressões de grupos de mídia enquanto, como mostra a pesquisa, um contingente gigantesco de brasileiros exige o direito de votar em Lula para presidente. Esse é o simbolismo de um país no qual a democracia está sendo desmontada peça por peça.

Cabe a cada um de nós lutar como as fúrias da mitologia grega para devolver a democracia e o Estado de direito aos brasileiros. É um dever que cada um de nós tem com nossos filhos e netos. E com a nossa consciência cidadã.

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