STF estuda processar procurador da Lava Jato que insulta a Corte
O STF pode investigar um procurador da Lava Jato que vem criticando o tribunal quando acha que beneficiou ou pode beneficiar o PT. Ministros da corte acreditam que Carlos Fernando dos Santos Lima passou dos limites, segundo a jornalista Monica Bergamo
O Supremo Tribunal Federal poderia, com a investigação, chegar a processar o procurador midiático Carlos Fernando dos Santos Lima, uma das estrelas da Lava Jato em Curitiba. Ministros da corte acreditam que ele passou dos limites com as reiteradas críticas que faz ao tribunal — elas se enquadrariam nos crimes de injúria e difamação, punidos com detenção e multa.
Os magistrados esperam que providências sejam tomadas pela própria PGR (Procuradoria-Geral da República) ou pelo CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público). Caso isso não ocorra, a corte abriria inquérito.
Procurado, Santos Lima não se manifestou.
A última crítica ao STF por conta do PT foi feita depois que A Corte retirou trechos da delação da Odebrecht sobre Lula das mãos do juiz Sergio Moro.
“O que acontece hoje é o esperneio da velha ordem. A pergunta que devemos fazer é qual o motivo pelo qual precisam sacrificar o bom nome do tribunal”, disse o procurador.
Ele também postou: “Fica claro que há um conflito entre uma nova Justiça e o velho sistema de impunidade dos poderosos”. Para um magistrado, ele está acusando ministros de prevaricação.
Apesar da oposição da PGR, o tribunal já abriu inquéritos para investigar o uso de algemas em Sergio Cabral e o vazamento de informações de delações premiadas.
Há, ainda, o promotor de São Paulo Ricardo Montemor, que xingou ministros do STF de “canalhas”, “fdp” e “bandidagem togada” e está sendo investigado, apagou seu perfil do Facebook.
A página era repleta de piadas contra a corte e também contra o PT. “O mais legal de tudo é saber que o Lula não vai conseguir a remição da pena pelo estudo ou pelo trabalho…”, dizia uma delas.
Porém, a corregedoria do Ministério Público de São Paulo já decidiu instaurar uma reclamação disciplinar para investigar os xingamentos postados na terça (24) pelo promotor Ricardo Montemor em uma rede social.