Ex-presidente do STF afastou a possibilidade do PT ser impedido de registrar a candidatura de Lula

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O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e ex-ministro Nelson Jobim disse nesta sexta-feira, 11, que o PT poderá registrar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como candidato ao Planalto, mesmo com o petista preso e condenado em segunda instância.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tem o período de 15 a 30 de agosto para julgar o pedido. Ele avalia como “quase certa” a impugnação da candidatura de Lula pela Justiça Eleitoral, pela regra de inelegibilidade da Lei da Ficha Limpa.

Jobim afasta a possibilidade de o PT ser impedido de registrar a candidatura de Lula, no TSE. “Para você dizer que não analisa, você precisa ter recebido. É impossível não poder protocolar.” Ele ainda considera a possibilidade de o Supremo conceder uma liminar ao partido para que a Justiça garanta o registro de Lula. “Pode acontecer.”

Ex-ministro dos governos Fernando Henrique Cardoso e Lula, Jobim avalia que o PT tem três possibilidades para a eleição presidencial, defendidas por diferentes correntes no partido: indicar um substituto para Lula após a impugnação da candidatura; indicar um candidato a vice para herdar os votos do ex-presidente; ou ainda se coligar com Ciro Gomes (PDT). Questionado sobre qual das três possibilidades ele considera mais provável, Jobim disse não apostar em nada.

Os nomes cogitados para vice, mencionou, são o ex-ministro Jaques Wagner, o ex-prefeito Fernando Haddad, o ex-chanceler Celso Amorim e o deputado federal Patrus Ananias (MG).

Lembrando de pesquisas eleitorais, o ex-ministro afirmou que há um risco de uma polarização entre o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL) e um candidato do campo da esquerda. “Se mantiver a proliferação dos candidatos de centro e o Bolsonaro e a esquerda mantiverem as intenções de voto, o que poderá haver, e aí é uma complicação, é a polarização do segundo turno entre Bolsonaro e algum da esquerda.”

A segurança pública deve ser um dos principais temas com apelo eleitoral, observou. A economia, por outro lado, não tende a ser relevante na decisão dos eleitores sobre quem votar para presidente. Para ele, a política econômica adotada pelo presidente Michel Temer está no caminho correto, mas não dá força eleitoral para um presidenciável.

“A economia vai pouco importar nessa eleição. Melhorou para o andar de cima, mas o andar de baixo continua com desemprego, juros altos e com dificuldades de consumo”, comentou.