Que tal trocar o STF pelo Ibope?
O orçamento do Supremo Tribunal Federal em 2018 é de R$ 708 milhões, 3,1% a mais do que em 2017, de R$ 686,2 milhões. Os ministros do Supremo têm muitas regalias, mas a maior de todas é a vitaliciedade do cargo, ou seja, não podem ser demitidos.
Essa força dos ministros serve para que possam decidir autonomamente, para que não se submetam a pressões. Inclusive pressões da opinião pública. Com efeito, ministro do Supremo não precisam ser “populares”. Devem decidir com justeza mesmo que contrariem a maioria.
Porém, o STF é, talvez, a Corte mais suscetível a pressões políticas e da opinião pública. Isso ficou patente, por exemplo, no caso envolvendo o ex-presidente Lula. A negativa de habeas corpus afronta a Constituição, que é muito clara e garante a qualquer cidadão que não seja preso antes do trânsito em julgado de seu processo.
A última do STF arrastou para a lama da covardia até mesmo ministros que vinham mantendo alguma dignidade, como Lewandowski, Toffoli e Gilmar Mendes.
Ora, mas se não adiantam todas as garantias desses ministros para votarem de acordo com a Constituição e o bom Direito, se eles se ajoelham no altar da “opinião pública”, ou seja, da opinião publicada pela mídia de direita, que tal pouparmos esse quase 1 bilhão de reais?
Se a última instância da Justiça vota de acordo com o que a mídia e os institutos de pesquisa de direita divulgam ser a vontade da maioria, por que não poupar os cofres públicos e usar pesquisas de opinião para tomar decisões jurídicas?
Em vez de Supremo Tribunal Federal, poderíamos ter um Supremo Ibope Federal.