Mulheres unidas contra Bolsonaro lançam manifesto sobre eventos no sábado (29)

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O grupo Mulheres unidas contra Bolsonaro já passou de 3,6 milhões de membros. O fenômeno das redes sociais já foi alvo de rackers, voltou à normalidade e, no próximo sábado (29), sairá do mundo virtual para ocupar as ruas de todo o país.

O coletivo de mulheres acaba de divulgar seu manifesto contra o candidato Jair Bolsonaro (PSL), em que ressalta a diversidade do grupo e traz a lista dos motivos que levaram mulheres de todo o Brasil a se unirem contra uma candidatura fascista. É bonito viver este momento de resistência. As mulheres brasileiras estão liderando uma cruzada contra o neo-nazifascismo que tem avançado pelo país.

Além de denunciar a psicopatia do candidato à presidência (não vamos esquecer que seus filhos são tão criminosos quanto ele mesmo), o manifesto também mostra que a atuação parlamentar de Bolsonaro é uma verdadeira aberração, uma legislatura contra o povo: ele votou a favor da reforma trabalhista, defende o encarceramento em massa, votou pelo impeachment, apoia o governo Temer e tem uma atuação no congresso de votos contra os interesses do povo.

Tamanha mobilização está, certamente, contribuindo para o avanço de sua rejeição, que já está na casa dos 46%. Mas é preciso mais. Muito mais!

Sigamos. Juntas somos fortes.

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“Manifesto das Mulheres Unidas contra Bolsonaro

Por igualdade, liberdade, direito e uma vida sem violência!

Quem somos?

Somos mulheres, milhões e diversas. Somos brasileiras e imigrantes. Jovens e de cabelos brancos. Negras, brancas, indígenas. Trans e travestis. Somos LGBTs, amamos homens, mulheres ou ambos. Casadas e solteiras. Mães, filhas, avós. Somos trabalhadoras, donas de casa, estudantes, artistas, funcionárias públicas, pequenas empresárias, camelôs, sem teto, sem terra. Empregadas e desempregadas. Mulheres de diferentes religiões e sem religião.

Estamos, hoje, juntas e de cabeça erguida nas ruas de todo o Brasil porque um candidato à presidência do país, com um discurso fundado no ódio, na intolerância, no autoritarismo e no atraso, ameaça nossas conquistas e nossa já difícil existência. Estamos na rua porque seu programa político econômico é um retrocesso, uma reprodução piorada das políticas terríveis do Temer.

Quem é Jair Bolsonaro?

Jair Bolsonaro, atualmente do PSL, Deputado Federal há 27 anos, já foi filiado a 9 partidos e teve apenas dois Projetos de Lei aprovados em toda sua vida política.  Ele se apresenta como algo “novo” mas, é, na verdade, mais um “político de carreira” que trabalhou para eleger seus filhos e usufrui de privilégios, como o imoral auxílio moradia, enquanto milhares de famílias estão sem teto e lutam por um lugar digno para morar.

Porque somos contra Bolsonaro?

1. Jair Bolsonaro despreza negros, indígenas, homossexuais e todas as que lutam em defesa dos direitos das mulheres. Considera quilombolas “vagabundos”. Faz apologia à cultura do estupro. Diz que o nascimento de sua única filha mulher foi uma “fraquejada”. Insiste que não há nada a fazer quanto à diferença salarial entre homens e mulheres. Para ele, dar “porrada” em meninos impede que eles “se tornem” gays. Seu vice na chapa, o General Mourão, declarou que famílias criadas por mães e avós são fábricas de desajustados;

2.  Votou a favor do congelamento dos gastos com saúde, educação e assistência social por 20 anos. Promete aumentar impostos sobre os pobres e reduzi-los para os ricos. Já anunciou uma onda de privatizações, vendendo as estatais e todo patrimônio do povo brasileiro. É um dos autores do Projeto de Lei que defende que o SUS não é obrigado a atender mulheres vítimas de abuso sexual. É apoiador do projeto “Escola sem Partido”, que acaba com a liberdade pedagógica e com o desenvolvimento do pensamento crítico em relação à sociedade caótica que vivemos.

3. Votou a favor da Reforma Trabalhista e da Lei das Terceirizações, responsável por permitir que grávidas realizem trabalhos insalubres, pelo aumento do desemprego e do trabalho informal, em especial entre as mulheres negras. Já disse que “os trabalhadores devem escolher entre ter direitos e ter empregos”. Foi o único deputado a votar contra a PEC das domésticas, que garantiu às empregadas direitos trabalhistas básicos como o pagamento de hora extra e o recolhimento de FGTS. Já se comprometeu a aprovar a Reforma da Previdência, que aumenta a idade para se aposentar e iguala a idade entre mulheres e homens;

4. Defende o aprofundamento de um projeto de segurança pública falido, que trata violência com mais violência e militarização. Projeto que é implementado há muitos anos no Brasil, em especial no Rio de Janeiro, cidade onde mais morre civis e policiais em confrontos e onde Marielle Franco e Anderson foram executados há mais de 6 meses, crime ainda sem respostas. Defende a liberação do porte de armas, seguindo o modelo dos EUA, país que tem os maiores índices de homicídio e suicídio, em especial entre jovens;

5. Tem como candidato à Vice, um General que defende a tomada do poder pelas Forças Armadas e a elaboração de uma nova Constituição sem participação popular. É uma chapa que coloca, declaradamente, a democracia em risco!

Jair Bolsonaro é defensor da Ditadura Militar, afirmou que o erro dos militares foi torturar em vez de matar e não esconde sua admiração ao mais notório torturador do regime militar de 1964, o General Ustra.

Não queremos ditadura ou fascismo nem a ampliação da matança policial-militar nas ruas responsável pelo genocídio da juventude negra. Queremos liberdade, igualdade, justiça social e direitos! Bolsonaro é tudo que o Brasil não precisa para superar a crise e avançar.

Nós, mulheres diversas e unidas, defendemos o oposto do que ele prega: defendemos o respeito às diferenças; o direito das mulheres de viverem seguras e decidirem sobre o seu próprio corpo; defendemos salários iguais entre homens e mulheres, entre negros e brancos; defendemos cotas para os que foram historicamente injustiçados e prejudicados; defendemos serviços públicos com qualidade para as mulheres pobres e seus filhos.

Defendemos a mais ampla liberdade de ensinar e de aprender, sem lei de mordaça, seja na escola, ou na Universidade.

Defendemos que as pessoas sejam livres para amar e sejam respeitadas por isso. Defendemos o debate de ideias e a democracia.

Ele prega o ódio, nós pregamos o respeito. Ele defende a morte e a tortura, nós defendemos a vida.

Por isso dizemos: Ele Não! Nem os filhos! Bolsonaro Nunca! Fascismo não!”

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