Um 2º turno dos sonhos: para Haddad, sua disputa será com Ciro
O candidato do PT à Presidência da República, Fernando Haddad, disse ontem em Caxias do Sul que estará junto com Ciro Gomes (PDT) no segundo turno da eleição. “Nós somos muito próximos, estaremos juntos no segundo turno. Tenho certeza disto e posso assegurar que nossa vontade é estar juntos”, afirmou.
Com a afirmação, Haddad, que é o segundo colocado nas pesquisas de intenção de voto atrás de Jair Bolsonaro (PSL), procurou minimizar a crítica feita por Ciro ao PT no debate de ontem à noite no SBT, quando o pedetista disse que, caso eleito, vai procurar não governar com os petistas.
“No Ceará [isso] não é verdade. Lá o PT governa com o PDT. É o É o Estado dele”, respondeu o petista. Depois do Rio Grande do Sul, Haddad visitará as regiões Norte e Centro-Oeste do país.
Em comício no início da noite em frente ao mercado público no centro de Porto Alegre, o petista afirmou que o mercado financeiro é uma “entidade abstrata que aterroriza o povo, que aterroriza as pessoas e que aterroriza os trabalhadores”.
A crítica foi precedida por um comentário em tom de brincadeira. Haddad contou que, assim que começou a subir nas pesquisas de intenção de voto, sua candidata a vice, Manuela d’Ávila (PCdoB), e o ex-governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT), recomendaram a ele que fizesse “um aceno ao mercado”.
“Aí eu resolvi vir aqui olhar para esse mercado [público] bonito que vocês têm, cumprimentar os trabalhadores que trabalham aqui e fazer um grande aceno para este mercado, que é o único que eu conheço”, disse.
Durante o discurso, o petista também voltou a criticar o candidato a vice na chapa de Jair Bolsonaro (PSL), general Hamilton Mourão (PRTB), que atacou o pagamento do 13º salário e do adicional de férias. “Esses caras estão com a cabeça no século 19; abolimos a escravidão e eles não acordaram para isso ainda”, afirmou.
addad disse ainda que o governo Temer “abriu uma porteira de retirada de direitos dos trabalhadores”. O petista participou de um ato em uma praça no centro da cidade de Canoas, na região metropolitana de Porto Alegre. Logo na chegada ele subiu em um caminhão de som com segurança reforçada por militantes do partido.
Em outra referência a Bolsonaro, Haddad disse, durante o discurso, que “enquanto eles querem um relho numa mão e um revólver na outra, nós queremos giz numa mão e um livro na outra”.
Junto com Haddad, além de Manuela, estavam o candidato do PT ao governo do Rio Grande do Sul, Miguel Rossetto, e outros líderes partidários.
Da Valor.