Ativistas de diversos países declaram apoio pela democracia brasileira
As eleições brasileiras motivaram um grupo de 170 ativistas de 63 países diferentes a escreverem uma carta para expressar sua preocupação com as ameaças à sociedade e às instituições democráticas no Brasil.
Durante Conferência Internacional Anticorrupção realizada nesta quarta-feira (24) em Copenhague, na Dinamarca, os ativistas afirmaram que a ideia de divulgar a declaração surgiu após as recentes declarações do candidato Jair Bolsonaro (PSL) contra organizações da sociedade e a ameaça de criminalizar alguns movimentos sociais e classificá-los como terroristas.
A Conferência é considerado o mais importante evento dedicado ao debate e à troca de experiências referentes a anticorrupção e está na sua 18ª edição.
Por meio da carta, os ativistas afirmam que querem expressar sua rejeição “a qualquer tentativa de ameaçar a liberdade e a segurança da sociedade civil organizada e jornalistas investigativos ou a autonomia e legitimidade das instituições democráticas”.
Além disso, o grupo convoca os dois candidatos das eleições presidenciais a implementarem políticas de respeito aos cidadãos e às organizações, se e quando chegarem ao poder. Também convocam os candidatos a avançar nos esforços de combate à corrupção e citam o sucesso da Operação Lava Jato como exemplo.
“Convocar os mesmos candidatos a se comprometerem a defender e avançar os esforços recentes das instituições e da sociedade brasileiras para combater a corrupção e acabar com a impunidade histórica dos poderosos e ricos no país, esforços reconhecidos internacionalmente como bem-sucedidos e legítimos, inclusive mediante a concessão de prêmios à Força-Tarefa sobre o caso Lava Jato com o Prêmio Internacional de Combate à Corrupção”, declaram.
Peter Eigen, ex-diretor do Banco Mundial e fundador da Transparência Internacional, e José Ugaz, procurador do caso Fujimori que resultou na condenação do ex-presidente peruano a 25 anos de prisão estão entre os que assinam o manifesto.