Intelectuais de todo o mundo cobram apoio de FHC a Haddad
A esperança do candidato do PT à Presidência, Fernando Haddad, em ter o apoio do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso ganhou o reforço de 21 historiadores internacionais, entre eles Jorge Castañeda, professor da New York University, Anthony Pereira, diretor e professor do Brazil Institute, King’s College London, Barbara Weinstein, professora de história da New York University e Boaventura de Sousa Santos, professor de sociologia e diretor do Centro de Estudos Sociais da University of Coimbra, entre outros.
No documento, intitulado como “carta aberta a FHC”, os intelectuais solicitam o apoio do tucano a Haddad e que se posicione publicamente contra Jair Bolsonaro (PSL).“…Urgimos que o senhor assuma uma posição pública forte e explícita contra as aspirações presidenciais de Jair Bolsonaro e convoque seus companheiros brasileiros a rejeitar sua candidatura no segundo turno das eleições”, diz a carta.
Para eles, o governo de Bolsonaro seria perigoso à reputação do país. “Seu mandato como presidente representaria um perigo mortal para a reputação do Brasil como uma sociedade aberta e como um lugar que acolhe novas pesquisas e ideias críticas”.
“Nesta hora grave para o futuro do Brasil, esperamos que os líderes comprometidos com a democracia não deixem de tomar atitudes à altura de sua responsabilidade frente ao país e à comunidade internacional.”
Os historiadores consideram que nas duas últimas décadas o Brasil tornou-se um cenário importante para a colaboração acadêmica internacional. Segundo os professores, num governo liderado por Bolsonaro “o Brasil verá um êxodo de importantes estudiosos e cientistas de maneira semelhante ao que ocorreu durante a ditadura militar.”
Fernando Henrique tem usado as redes sociais com frequência para se posicionar. Nos últimos dias, havia sido enfático ao negar apoio a Jair Bolsonaro e menos contundente ao falar de Haddad.
Na semana passada, FHC sinalizou que havia “uma porta” para o diálogo com o petista, que se apressou em responder publicamente e a entrar em contato com o superintendente do Instituto FHC, Sérgio Fausto.
Nesta semana, o ex-presidente afirmou, durante evento em São Paulo, que a “porta” que dizia haver entre ele e Haddad está “enferrujada” e com a fechadura “enguiçada”.
Ao comentar a declaração de FHC, Haddad disse que havia escutado com “alguma esperança” quando o ex-presidente falou em “porta” para ele e “muro” para Bolsonaro.
Nesta quarta-feira (17), FHC disse que continua com a “porta” aberta para o petista “como pessoa”.
FHC falou rapidamente com a Folha no término de um evento sobre política e democracia no instituto que leva seu nome, no centro de São Paulo.
Levantamento do Ibope sobre o segundo turno das eleições presidenciais mostra Jair Bolsonaro (PSL) à frente de Fernando Haddad (PT). O deputado conta com 59% dos votos válidos, contra 41% do petista.
Da FSP.