Toffoli não disse que só pautará entrevista de Lula em 2019

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O presidente do STF, Dias Toffoli, sempre tido e havido como “ministro do PT”, mais uma vez comprova que, quando governou, o Partido dos Trabalhadores jamais “aparelhou” as instituições com seus militantes, como fez o PSDB e faz o MDB de Michel Temer.

Em palestra a estudantes da faculdade de direito da USP, no Largo São Francisco, na manhã desta segunda-feira (1º), o ministro Dias Toffoli, presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), disse que é função da corte deixar a soberania popular falar e que não irá pautar causas polêmicas no período eleitoral.

Toffoli não disse a quais causas se referia e se, nessa postura, incluía o pedido da Folha de entrevistar o ex-presidente Lula (PT) na prisão, em Curitiba.

Inicialmente aceito na última sexta-feira (28) pelo ministro Ricardo Lewandowski, o pedido de entrevista foi proibido naquele mesmo dia pelo ministro Luís Fux, após manifestação do Partido Novo.

Fux também determinou censura prévia.

Nesta segunda, Lewandowski qualificou como “censura” a decisão de Luiz Fux que impediu Lula de conceder uma entrevista ao jornal Folha de S.Paulo e ao jornalista Florestan Fernandes Jr.

Porém, mesmo que Toffoli não paute a análise da liminar de Fux ao Partido Novo impedindo a entrevista do ex-presidente petista à Folha, Lewandowski tem a prerrogativa de levar o pedido do jornal à mesa – ou seja, sem inclusão prévia na pauta organizada pelo presidente do Tribunal.

Toffoli, portanto, não poderá impedir a discussão da entrevista de Lula. Resta saber, porém, se Lewandowski peitará o presidente do Tribunal. A bola está com ele como já esteve quando presidia o Supremo durante o impeachment de Dilma.

À época, Lewandowski ficou em cima do muro.

Resta saber se ser desautorizado por Fux ILEGALMENTE fará Lewandoski reagir. Como disse Martin Luther King, “O que preocupa não é o grito dos corruptos, dos violentos, dos desonestos, dos sem caráter, dos sem ética… O que preocupa é o silêncio dos bons