É mentira que médicos cubanos já foram substituídos

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Médicos cubanos não foram substituídos. Metade das inscrições têm problemas e as que não têm são de médicos que só querem trabalhar nas grandes cidades. Segundo o Ministério da Saúde, NUNCA um edital recrutou profissionais suficientes para as vagas em lugares pobres e distantes. Só cubanos aceitavam trabalhar neles e o problema persiste.

Antes de tratar da mentira tosca que está sendo contada pelo governo Temer sobre já ter contratado médicos suficientes para suprir quase todas as vagas abertas pela saída dos médicos cubanos do programa Mais Médicos após Cuba e seus profissionais terem desistido do programa após ser insultados por Bolsonaro, vale comentar reportagem da BBC Brasil sobre os benefícios que os Médicos Cubanos geraram ao Brasil enquanto aqui trabalharam.

Mais consultas, relação mais próxima entre médicos e pacientes e economia de dinheiro público ao diminuir o número de internações: essas são algumas das principais conclusões apontadas pelos mais de 200 estudos que se dedicaram a entender e mapear o programa Mais Médicos desde a sua criação, em 2013.

A ampliação do número de médicos no atendimento básico de saúde evitou 521 mil internações em 2015, gerando uma economia em internações hospitalares equivalente a um terço do orçamento do programa naquele ano.

A redução de internações gerou uma economia de R$ 840 milhões corresponde a cerca de 33% dos R$ 2,6 bilhões destinados ao Mais Médicos. Além disso, se o programa fosse pagar médicos brasileiros para atuarem em regiões pobres, eles cobrariam 3 vezes mais que o que é pago aos médicos cubanos – cerca de dez mil reais.

Isso dá uma economia de BILHÕES!

Dito isso, é preciso, agora, denunciar MENTIRA que está sendo contada pelo governo Temer em benefício do grupo político de Jair Bolsonaro, em um provável intento de ganhar favores do futuro novo governo do país a partir de 2019.

O Ministério da Saúde afirmou nesta sexta-feira (23) que 84% das vagas oferecidas no edital do programa Mais Médicos foram preenchidas em três dias de inscrição. Balanço do ministério também diz que, ao todo, houve 13.341 inscrições feitas pelo site, mas muitos profissionais ainda não escolheram o local em que pretendem atuar.

O anúncio do governo reconhece, como se fosse pouco, que ainda há vagas para 2.824 municípios e 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI), que antes eram ocupadas por médicos da cooperação com Cuba.

Ou seja, trocando em miúdos: os locais onde só cubanos iam não receberam inscrições e a grande maioria das vagas preenchidas não servirão para nada porque muitas dessas vagas já estão ocupadas por médicos brasileiros e de outras nacionalidades que não Cuba.

O Blog da Cidadania Obteve informação de que esse grande e apressado edital é muito mais um show do que um fato real.

Mais de 500 cidades brasileiras em situação de extrema pobreza ficaram e continuarão sem médicos após o ataque de Bolsonaro a Cuba e aos seus médicos que trabalhavam por aqui. Isso por que os médicos que precisavam ser contratados, não serão porque persiste a necessidade de médicos que se disponham a ir a cidades muito pobres e distantes.

Mas o principal é que, como mostra reportagem do UOL, “Em cinco anos de programa, nenhum edital de contratação de médicos brasileiros conseguiu contratar quantidade suficiente de profissionais. As vagas não preenchidas por esses profissionais eram ofertadas a médicos brasileiros e estrangeiros formados no exterior ou ocupados por médicos cubanos.

Confira a reportagem em vídeo