Mourão: “se for caixinha, é burrice ao cubo”

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O vice-presidente eleito, general Hamilton Mourão, afirmou nesta quarta-feira em entrevista a revista Crusoé, que caso fique comprovado que os R$1,2 milhão movimentados por um ex-assessor do deputado estadual Flávio Bolsonaro, senador eleito e filho do futuro presidente Jair Bolsonaro, se trata de caixinha — quando funcionários repassam parte do salário para o gabinete ou para o político — seria uma “burrice ao cubo”. Mourão defende a investigação do caso e a punição dos envolvidos.

Ao ser questionado sobre o que poderia explicar o caso, Mourão diz que não sabe e que nunca se deparou com ilegalidades do tipo por meio de transferências bancárias.

“Pô, porque o cara não entregava dinheiro em espécie? Quando há ilicitude, o dinheiro é entregue em espécie. A partir do momento que você coloca conta bancária, você está passando recibo, né?”, afirmou à revista.

Mourão disse que ainda “não há elementos para emitir um juízo de valor sobre o caso” e que não sabe até que ponto Flávio Bolsonaro tinha conhecimento sobre as movimentações.

“O dono da bola se chama Queiroz (Fabrício José Carlos de Queiroz). Ele é o dono da bola. É o dono da bola. Esse cara tem que vir a público e dizer. Ou ele diz: “Não, isso era um esquema meu, que eu arrumei emprego para esse povo todo aqui e eles me pagaram”, ou ele diz que a culpa é do Flávio”, disse à Crusoé.

Em uma live nesta quarta-feira, o presidente eleito admitiu que está disposto “a pagar a conta” caso a investigação aponte irregularidade na movimentação do dinheiro entre 2016 e 2017 de Fabrício José Carlos de Queiroz, ex-assessor de seu filho Flávio Bolsonaro. Bolsonaro disse que o caso “dói no coração ”, porque, segundo ele, “o que tem de mais firme (em seu projeto de governo) é o combate à corrupção”.

— Se algo estiver errado comigo, meu filho ou o Queiroz, que paguemos a conta desse erro. Não podemos comungar com erro de ninguém — disse Bolsonaro, em um pronunciamento ao vivo pelo Facebook, que druou 16 minutos.

Queiroz é citado em um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) anexado à Operação Furna da Onça, que no mês passado prendeu deputados estaduais do Rio. O volume de recursos movimentados em sua conta bancária foi considerado atípico. Entre as movimentações que constam do relatório está um cheque de R$ 24 mil pagos à futura primeira-dama, Michelle Bolsonaro.

O relatório do Coaf também cita que a conta de Queiroz recebeu repasses de oito funcionários e ex-funcionários do gabinete de Flávio. O órgão listou outros funcionários de gabinetes da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) que tiveram movimentação atípica. O Ministério Público do Rio já tem procedimentos em curso, que correm sob sigilo, para investigar possíveis irregularidades cometidas por servidores da Assembleia, com base no relatório do Coaf. O MP não esclarece se as movimentações financeiras de Queiroz estão sob investigação.

Bolsonaro está sob “grave ameaça”, afirma Mourão

O vice-presidente eleito afirmou ainda que seu companheiro de chapa está sob “grave ameaça”. Mourão diz que há registros atuais dos serviços de inteligência que mostram desde ameças de atirador a carro-bomba: “Tem de tudo”. Questionado se há uma perspectiva de o país se torne alvo de terrorismo internacional, Mourão diz que há indícios.

“Existem indícios, há muito tempo, de que aquela região da Tríplice Fronteira é área de homizio e de, vamos colocar assim, atividades econômicas dos grupos terroristas islâmicos”, afirmou.

Do O Globo