Após quebrar acordo com Cuba, governo procura médicos que ficaram no país
O Ministério da Saúde de Jair Bolsonaro iniciou operação para tentar localizar cubanos que, após o fim do Mais Médicos, decidiram ficar no país. Mayra Pinheiro, secretária responsável pela área no órgão, enviou mensagem na qual pede aos que não quiseram voltar a Cuba que preencham um formulário. O mapeamento precederia a criação de cursos preparatórios, apoiados pela Associação Médica Brasileira e o Conselho Federal de Medicina, para submeter esse grupo a um “novo Revalida”.
Na mensagem de voz, Mayra diz que o governo tem tido dificuldade de localizar todos os cubanos que burlaram a ordem de retorno ao seu país após o fim do programa petista. Ela se dirige aos médicos estrangeiros de maneira carinhosa, chamando-os de “colegas” e “irmãos”.
Mayra ganhou fama como uma das mais fervorosas críticas do programa Mais Médicos e chegou a marcar presença em atos contrários ao exercício da medicina no Brasil pelos cubanos. A AMB e o CFM, entidades citadas na mensagem, também tinham restrições à atuação dos profissionais estrangeiros.
Na mensagem, Mayra diz que o governo analisa editar uma medida provisória que possa garantir a permanência dos cubanos no programa que vai substituir o Mais Médicos. Assim como em entrevistas anteriores, ela diz que a nova plataforma deve se chamar Mais Saúde.
Numa tentativa de demonstrar parceria real com os cubanos, Mayra diz que eles devem usar o canal com o Ministério da Saúde inclusive para denunciar assédio ou ameaças. “Este é um país livre”, afirma.
Da FSP